Madrid começou a resolver o problema de Mbappé a tempo

Eeu Quadro defensivo do Borussia Dortmund foi o suficiente para o mundo do futebol entender que A posição de ‘9’ não é a que deixa Kylian Mbappé feliz. O muro amarelo em que ficou preso durante os 90 minutos do jogo de ida das semifinais do Liga dos Campeões eram os exemplo perfeito de como o Real Madrid começou a preparar-se para a chegada do francês a tempo. Só Vitinha puxou a linha para evitar que o PSG conseguisse um resultado maior… e a seleção alemã tinha motivos para sonhar com mais uma final. Passo a passo. Primeiro você terá que visitar o Parque de los Príncipes.

Borussia Dortmund 1-0 PSG: resumo e gols | Liga dos Campeões, meias-finais (primeira mão)

O ‘7’ que não cabe no ‘9’

No verão, Vinicius teve que mudar parte do que aprendeu, lição que o levou a se tornar um dos melhores em sua posição, para se colocar a serviço da nova missão de Ancelotti.. O brasileiro sempre gostou mais quando seu futebol começou com ele jogando pela esquerda… até a chegada de Jude. O 7 descobriu que jogar por dentro lhe permitia estar mais perto do gol e se adaptou perfeitamente à sua nova função, que pode ser o prelúdio da chegada da estrela de Bondy. O ‘7’ que não se enquadra como ‘9’ já deixou claro em diversas ocasiões que não se sente confortável nessa posição, e o jogo da Liga dos Campeões contra o Borussia foi o exemplo perfeito.. O Real Madrid percebeu o problema a tempo e começou a procurar uma solução antes da chegada do jogador do PSG.

Edin Terzic desenhou uma parede amarela para Kylian Mbappé. Sua estrutura defensiva foi suficiente para irritar um jogador que não entrou no jogo como seu time gostaria. Com Hummels que recuperou a melhor versão de si mesmo, destaque para o seu belo ‘desarme’ aos 7 no centro do campo que serviu para cortar o contra-ataque francês, Mbappé sentiu-se muito sozinho na zona de ataque. Suas melhores ações sempre aconteciam quando entrava pela ala esquerda, como aquela que acabou mandando para a trave no segundo tempo. Desesperado e sem conseguir encontrar a linha de passe para acertar com Vitinha, o ‘7’ era o espelho do futebolista a que estamos habituados. Seus rostos na grama resumiam seus sentimentos.

Asensio queria montar o Dragon Khan, não os copos giratórios

De sentir-se importante nos títulos madridistas, a marcar golos inesquecíveis… até chegar a uma lesão gravíssima que foi o grande estopim para a queda do seu destaque no onze branco. A vida de Marco Asensio mudou da noite para o dia e a sua decisão de deixar Madrid, complicada quando se tem estado muito feliz no clube branco, foi motivada pela procura de novos desafios e de mais minutos. “Tenho que tomar uma decisão difícil. Decidi embarcar num novo rumo em busca de um novo projeto onde possa alcançar novos objetivos”ele garantiu em seu último dia de branco.

A realidade é que a primeira coisa que ele procurava com a sua saída, é gostar. Pelos dois títulos conquistados e pela boa adaptação à vida na capital francesa. A segunda coisa, que era certamente a mais importante para o jogador de futebol, ainda não. Na última temporada no Real Madrid, em que foi mais suplente do que titular, disputou 51 jogos com Ancelotti. Ele marcou 12 gols e deu oito assistências. Com o PSG foi reduzido pela metade: 26 jogos, cinco gols e seis assistências. E Asensio deixou Madrid para jogar jogos como este. Desde o primeiro minuto. Porque não nos enganemos, fazer parte do grupo é importante, mas quando você se torna uma peça fundamental, você não quer mais abrir mão daquela atração linda. Todo mundo quer montar o Dragon Khan e não são as xícaras giratórias. E com Luis Enrique seu papel é mais parecido com a segunda atração do Parque de los Príncipes. 1.256 minutos até o momento, mas nem todos estão em partidas importantes. No Signal Iduna Park, Asensio saiu sem pisar na grama.

Há um jogador de futebol do PSG de quem ninguém fala

O clube parisiense está cheio de estrelas. Você olha linha por linha e os nomes se acumulam no esquema de Luis Enrique. Donnarumma, Achraf, Marquinhos, Asensio, Dembélé e, sobretudo, Kylian Mbappé. Porém, há um jogador do PSG de quem ninguém fala… e é seguramente a peça mais importante do treinador espanhol. O melhor por uma diferença abismal é o Francês 7, que brilha num ecossistema liderado por Vitor Ferreira, vulgo Vitinha. Contratado por 40 milhões de euros no verão de 2022 ao Porto, herdou o cetro de Verratti e desde a chegada de Lucho o seu futebol deu um tremendo salto qualitativo. O 17 imbuiu seu estilo sem agitar o pulso graças à sua versatilidade e mobilidade em todo o campo.

O jogador perfeito Luis Enrique. Ele não perde a bola, é capaz de imobilizar os adversários, ficar nas entrelinhas, entrar no ataque e fazer gols. Seu nome não monopoliza os holofotes, mas seu futebol, ainda mais ao vivo, é a peça que faltava ao PSG para dar o salto definitivo. E se contra o Barça fez um dos seus melhores jogos (97% de acerto nos passes, venceu 75% dos duelos de chão e acumulou 90% de acertos nos passes no terço final…), A sua presença no relvado do Signal Iduna Park foi a melhor solução de todos os seus companheiros. Se o Borussia conseguiu travar Mbappé no seu quadro defensivo, a mobilidade e a personalidade de Vitinha foram as únicas coisas que impediram o PSG de ir para o intervalo com um resultado maior.. Assim, lá de cima, onde Lucho tem seus analistas gravando e cortando jogadas para tentar superar o rival, o que tinha que acontecer ao técnico espanhol é que todas as bolas tinham que passar primeiro por Vitinha… e aí o destino dirá.

Ninguém ganha antecipadamente contra os espanhóis, mas a questão do muro amarelo…

Em Munique, os 4.000 soldados que acompanharam o Real Madrid na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões mostraram que há certas coisas em que os espanhóis nunca têm rival. Uma boa pré-festa é quase uma obrigação para os torcedores de qualquer time da Espanha… algo que vai de encontro ao que foi vivido no dia seguinte em Dortmund. Aqui um alemão e um francês se enfrentaram mas, como em toda piada que começa assim, o engraçado sempre vem do espanhol. E fora do Signal Iduna Park a sensação era mais de uma partida de futebol regional. Algumas camisetas foram vistas, as pessoas bebiam cerveja, mas nenhum fã cantava para animar a prévia. Nenhum de nós ouviu falar nas ruas de Dortmund. Talvez tenha sido porque a parede amarela já estava preparada para a batalha.

Por dentro a história era muito diferente. Lá, o imponente muro amarelo é incomparável a muitos times de futebol que possam existir no planeta do futebol. Horas antes do apito inicial o muro já estava lá dentro… e por isso a chegada dos ônibus foi mais fria do que o esperado. 4.000 franceses também viajaram para Dortmund que tentaram com seus cantos, o uso de sinalizadores e outros dispositivos para atrair a atenção. Porém, a única forma de ‘derrotar’ a parede amarela teria sido disputando a partida em Paris. Pouca explicação possível para entender que a parede amarela é algo diferente de todo o resto. Não há nada igual no mundo. Um ambiente digno de estudo, que faz dele o 12º jogador que todo clube sonha ter. 81.365 almas que carregaram o Borussia Dortmund em voo para lançar a primeira pedra da eliminatória.



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