“Enquanto eu estiver lutando boxe… vou ficar bem.”
A lenda do boxe Claressa Shields tem um apelido estelar, concedido a ela desde os 11 anos de idade. Ela costuma ser chamada de “T-Rex” devido ao seu corpo magro e braços curtos na infância, que ela costumava balançar sem muito controle. Isso até ser treinada por seu treinador, Jason Crutchfield, que ajudou Claressa a crescer de amadora a campeã olímpica com apenas 17 anos.
Claressa Shields pode ser conhecida hoje em dia como uma das maiores boxeadoras que já existiu – risque isso… alguns diriam uma das maiores boxeadoras vivas a data. Isso porque ela lutou muito desde a adolescência para eliminar as disparidades salariais entre homens e mulheres no esporte, ao mesmo tempo em que conquistou várias medalhas de ouro olímpicas e quebrou recordes que mesmo os homens no boxe ainda não conseguiram chegar perto de alcançar.
“The Fire Inside” conta a história de Claressa desde os 11 anos até os dias atuais, com a ajuda da atriz Ryan Destiny (“Grown-ish”), que personifica a boxeadora durante grande parte de sua florescente carreira esportiva. Dirigido por Rachel Morrison em sua estreia na direção de longas-metragens, depois de anos trabalhando como diretora de fotografia em projetos como “Pantera Negra” e “Mudbound” (ela foi a primeira mulher indicada ao Oscar de Melhor Fotografia por este último), este filme é baseado na verdadeira história de Claressa. história de vida de luta e quebra de barreiras, e Morrison não faz rodeios.
O filme divulga muito sobre a vida pobre de Claressa em Flint, Michigan, ajudando a criar seus irmãos sob o teto de uma mãe solteira que constantemente toma decisões erradas. Sobrevivente de abuso sexual desde tenra idade, Claressa trava todas as batalhas com vigor e tenacidade, e nem sempre no ringue. Sob a proteção de Crutchfield (Brian Tyree Henry), ela tem uma ascensão improvável desde competir em competições nacionais até seletivas olímpicas, até as Olimpíadas de 2012 em Londres.
Mas o filme não é principalmente sobre a glória olímpica e como ela se tornou a única americana (homem ou mulher) a levar para casa uma medalha de ouro no boxe nos últimos 20 anos. Depois de vencer as Olimpíadas, Claressa fica surpresa e amarga ao perceber que não há endosso para boxeadoras, nenhum reconhecimento com dinheiro para provar isso e uma vida reduzida a pagar as contas da mãe dando autógrafos no boliche local. aléia.
Movida pela raiva, pelo despeito, pela determinação, pela coragem e pelo fogo dentro de sua alma que não admite a derrota, ela escolhe um caminho alternativo para sua segunda chance nas Olimpíadas de 2016. Afinal, Claressa é uma lutadora e inicia uma jornada de lutando contra o status quo dominado pelos homens para lutar por salários iguais e oportunidades iguais de ser visto e ouvido pelos poderes constituídos. Não é fácil, e ela recorre a algumas ações terríveis antes de encontrar a voz que a leva a um objetivo diferente. Uma meta para garantir que os esportes femininos não sejam apenas considerados, mas pagos igualmente aos dos homens.
“The Fire Inside” é uma conquista monumental para o talentoso elenco e diretora Rachel Morrison, que nunca vacila em seu compromisso de apresentar uma forte e superdotada em Claressa Shields. Marcado pela atuação impressionante de Ryan Destiny e pelo estoicismo de Brian Tyree Henry, o filme é vencedor do primeiro ao último quadro. As sequências pós-Olimpíadas são o que diferencia este filme de filmes similares do gênero como “Million Dollar Baby”, enquanto testemunhamos a luta da vida de Claressa em sua coragem para seguir com o combustível que impulsiona sua ambição.
Escrito por Barry Jenkins (“Moonlight”), os melhores momentos do filme vêm das maneiras sutis como Ryan Destiny e Brian Tyree Henry levam seus personagens reais a novos patamares em colaboração. O relacionamento encontrado por seus personagens modela um novo caminho para dramas esportivos de histórias reais devido à barreira de cor frequentemente desconsiderada e às disparidades salariais entre homens e mulheres. Os atores dão a esta história o coração que ela precisa, sem prejudicar a história que ela proporciona.