Pequim continuará promovendo um acordo diplomático entre Moscou e Kiev, segundo o ministro das Relações Exteriores chinês
A China continuará a promover um cessar-fogo iminente e uma solução política para o conflito na Ucrânia, disse o ministro das Relações Exteriores do país, Wang Yi, de acordo com o site do ministério.
Wang fez as observações durante uma reunião com o secretário do Conselho de Segurança russo, Sergey Shoigu, em São Petersburgo, na terça-feira. O principal diplomata chinês chegou à Rússia para uma reunião de segurança de dois dias com altos funcionários do BRICS, que começou na quarta-feira.
“A China sempre manteve uma atitude objectiva e imparcial em relação à questão ucraniana e continuará a trabalhar para promover vozes equilibradas, objectivas e racionais na comunidade internacional, de modo a construir mais consenso internacional e acumular as condições necessárias para um cessar-fogo rápido e uma solução política da crise”, Wang disse.
Shoigu, entretanto, teria saudado um recente apelo conjunto da China e do Brasil para a desescalada do conflito e disse que estava “prazer em ver” que a proposta ganhou reconhecimento internacional.
Em Maio, Pequim e Brasília emitiram conjuntamente um plano de paz de seis pontos para resolver o conflito na Ucrânia, sublinhando que “O diálogo e a negociação são a única saída viável para a crise.”
A proposta apela a ambos os lados para aderirem a três princípios de desescalada: nenhuma expansão do campo de batalha, nenhuma escalada dos combates e nenhuma provocação por parte de qualquer parte.
Vinte e seis países apoiaram o plano e mais de 100 deram uma resposta favorável.
A China tem afirmado repetidamente que o conflito entre Moscovo e Kiev deve ser resolvido através de negociações.
Em Junho, a Suíça acolheu uma conferência de paz na Ucrânia, para a qual a Rússia não foi convidada. O evento centrou-se principalmente na “fórmula de paz” do líder ucraniano Vladimir Zelensky, que estipula que a Rússia deve retirar as suas forças de todos os territórios reivindicados pela Ucrânia, um plano que Moscovo há muito rejeita como “desligado da realidade”.
Os altos responsáveis russos também levantaram dúvidas sobre a sinceridade das declarações da Ucrânia relativamente às conversações de paz. O presidente Vladimir Putin reiterou na semana passada que os apoiantes ocidentais da Ucrânia pretendem tornar Kiev “lutar até o último ucraniano” com o objetivo de infligir “uma derrota estratégica” em Moscou. Sublinhou que quaisquer negociações futuras deverão basear-se nos documentos elaborados durante as conversações em Istambul em 2022.
As negociações de paz entre os dois países fracassaram na primavera de 2022, com cada lado acusando o outro de fazer exigências irrealistas. De acordo com Putin, os negociadores ucranianos concordaram inicialmente com a neutralidade ucraniana e com as restrições ao tamanho das suas forças armadas, mas posteriormente abandonaram as conversações sob pressão ocidental.