Enquanto as Maldivas enfrentam incumprimento da dívida, a China assina um novo pacto financeiro. Detalhes aqui

A China e as Maldivas assinaram um novo acordo financeiro em meio à crescente crise da dívida nas Maldivas.

Pequim:

A China e as Maldivas assinaram hoje um novo acordo que permite a Pequim emprestar mais apoio financeiro à nação já sobrecarregada de dívidas. O banco central da China disse que o pacto também ajudará a fortalecer o comércio e o investimento.

O memorando de entendimento ou MoU entre o Banco Popular da China e o Ministério do Desenvolvimento Económico das Maldivas permite que Pequim e Malé aumentem os investimentos directos e permitam a liquidação em moeda local para transacções em conta corrente.

A China não revelou mais nada sobre o acordo. As Maldivas, que já enfrentam uma dívida enorme, mal conseguem evitar o incumprimento.

Num comunicado após o acordo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse que mantém uma comunicação activa com as Maldivas sobre a sua crescente dívida para com Pequim e está a aumentar a sua cooperação financeira.

“A China irá, como sempre, fornecer apoio e assistência ao desenvolvimento económico e social das Maldivas dentro das suas capacidades”, disse Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

AUMENTO DA DÍVIDA DAS MALDIVAS

A preocupação com a dívida das Maldivas é grave e está a aumentar a um ritmo rápido. O governo das Maldivas prometeu na quinta-feira que não se tornará a primeira nação a deixar de pagar a dívida soberana islâmica ao não pagar 25 milhões de dólares que vencem no próximo mês.

De acordo com o Banco Mundial, o maior credor das Maldivas é a China e a dívida que tem com Pequim aumentou para mais de 1,3 mil milhões de dólares. A China tem estado em conversações com as Maldivas para dar ainda mais “apoio”.

A crise da dívida das Maldivas veio com a mudança de governo e a sua posição política e geopolítica. O novo governo nas Maldivas tem sido cada vez mais pró-China, apesar da sua crescente dívida para com o país.

O partido do presidente das Maldivas, Mohamed Muizzu, conseguiu uma vitória esmagadora nas eleições parlamentares realizadas em abril deste ano. O resultado levou a uma grande mudança de posição, com os laços da nação insular a crescerem rapidamente com a China e a afastarem-se do seu parceiro tradicional, a Índia.

As Maldivas têm sido criticadas nas últimas semanas devido às dúvidas de que não consiga pagar a sua dívida.

LAÇOS ÍNDIA-MALDIVAS FORÇADOS

O presidente das Maldivas, Mohamed Muizzu, viajará à Índia em uma visita oficial “muito em breve”, disse seu porta-voz.

O anúncio da visita de Muizzu ocorreu num dia em que dois ministros subalternos, suspensos em Janeiro por comentários depreciativos contra o primeiro-ministro Narendra Modi, demitiram-se do governo.

Muizzu, conhecido pelas suas tendências pró-China, visitou Nova Deli em 9 de Junho para assistir à cerimónia de tomada de posse do primeiro-ministro Modi. Ao contrário dos seus antecessores, que fizeram a primeira escala em Nova Deli depois de assumirem o cargo, Muizzu viajou primeiro para Turkiye e para a China para a sua primeira visita de Estado em Janeiro.

A relação da Índia com as Maldivas ficou sob pressão desde que Muizzu assumiu o cargo de Presidente. Poucas horas depois de seu juramento, ele exigiu a retirada do pessoal militar indiano que tripulava três plataformas de aviação doadas pela Índia às Maldivas. Após conversações entre os dois lados, os militares indianos foram substituídos por civis.

As coisas pioraram depois que três vice-ministros das Maldivas fizeram comentários polêmicos sobre a Índia e o primeiro-ministro Modi nas redes sociais.

O Ministério das Relações Exteriores das Maldivas distanciou-se de seus comentários, dizendo que não representam a opinião do governo masculino.

Os três ministros juniores foram suspensos e dois deles – Mariyam Shiuna e Malsha Shareef – renunciaram agora.

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