Foi em 1526 que o navegador português Jorge de Menezes encontrou o arquipélago Raja Ampat. Foi o primeiro ocidental a deparar-se com um cenário que, quase 500 anos depois, permanece idílico, como provou Jorge Duarte Estevão, com os habitantes da ilha a resistirem ao turismo de massas.
O jornalista viajante descobriu não um, mas 1.500 paraísos na remota Indonésiaonde se viu longe de tudo — e até com direito a um pequeno (grande) susto quando o barco em que viajava o deixou à deriva entre o Oceano Índico e o Pacífico. E, alerta, aqui, “muitos sentirão falta de um duche com água corrente, de uma casa de banho ‘normal’, de luz elétrica contínua, de utensílios modernos, de conectividade, de ‘civilização’”. No entanto, conclui, “este é o local perfeito para fugir de tudo e, ouso dizer, mais perto de nós próprios”.
Do outro lado da Indonésia, em Sumatra OcidentalHumberto Lopes planeou uma travessia pelo território Minangkabau, cuja cultura, anterior à chegada do Islão, permanece viva nos itinerários patrimoniais e na vida quotidiana. E apresenta-nos as casas do arquipélago, que são uma das expressões mais celebradas das idiossincrasias indonésias.
“As casas Minangkabau chamam-se rumah gadang, que significa “casa grande”. É o símbolo material e arquitetónico mais relevante da sociedade matrilinear Minangkabau, uma sociedade com características que sobreviveram à chegada do Islão ao arquipélago: ainda hoje a linhagem matrilinear preserva prerrogativas que estabelecem exceções na legislação indonésia e conferem poder particular ao universo social feminino.”
Aqui, nos próximos dias, a cultura tomará forma a partir das terras lamacentas e argilosas do Alcobaça e Caldas da Rainha, duas cidades unidas pela arte e pelo artesanato e que se reuniram para receber juntos o 51º Congresso Internacional de Cerâmicaque acontece entre os dias 16 e 20 deste mês. Numa antevisão, Paula Sofia Luz abraçou as duas cidades para descobrir os percursos escultóricos que convidam a uma visita ou mesmo a uma estadia mais prolongada.
E é justamente ficar que você quer entrar Quinta de São José do Barrilárioum novo hotel de cinco estrelas, que oferece vistas do Douro para a já consagrada Quinta da Pacheca. Aí, Andreia Marques Pereira e Nelson Garrido provaram que “a paisagem é uma inevitabilidade — desde a sua concepção em terraços à ligação íntima que mantém com o exterior, onde continua (quase) sempre em varandas ou terraços”. E acrescentaram ao cenário a descoberta de uma quinta com tradição e história.
Alexandra Prado Coelho conta-nos tudo sobre a próxima edição do Chefs on Fire Cascaisdepois de ter ido dar uma olhada nos preparativos. E levanta o véu sobre a intenção do festival, que pretende ser cada vez mais sustentável, defendendo a desperdício zerointernacionalizar: o primeiro passo à volta do mundo será dado em Madrid, em outubro.
Só depois disso terá início a apanha da azeitona, entre os meses de Outubro e Dezembro. Mas, já antecipando o destino da fruta numa taça de azeite, Miguel Esteves Cardoso apela a vamos conhecer melhor as azeitonas que protegemos e demos-lhes oportunidade de brilhar à mesa: os de Elvas e Campo Maior, Negrinha do Freixo e Galega da Beira Baixa. E deixa um conselho: “Aproveite enquanto estas azeitonas absolutamente maravilhosas ainda são muito baratas e fáceis de encontrar”.
Até semana que vem, boas escapadas!