euA Seleção Líbia decidiu contratar um espanhol há alguns anos para dirigir seu projeto do banco, este é Ricardo Iniguez. Quis o destino que neste sábado enfrentasse a Espanha em busca de uma classificação para as oitavas de final que seria histórica. Os homens de Fede Vidal estarão a caminhoque tentarão vencer a partida com o maior saldo de gols para tentar acessar a próxima fase como vencedores do grupo.
Criado no futsal valencianoRicardo provou seu valor ao subir à primeira divisão com o escola de pênisembora seu currículo anterior não deixe ninguém indiferente. Este sucesso abriu-lhe as portas da bancada ‘líbia’. Uma aventura que se resolve com louvor e que neste sábado medirá forças com Espanha.
Perguntar. Como é a cultura do futsal na Líbia?
Responder. Eles gostam muito de futsal. É um esporte enraizado na cultura líbia. Eles realizam muitos torneios no Ramadã e apostam dinheiro. Tem muitos fãs de futebol de salão, são as festas que eles fazem, porque não têm festas como na Espanha, as festas deles são esses torneios.
P. Em termos de infraestrutura, o que você encontrou quando chegou a este país?
R. Eles são fracos lá porque acabaram de sair de uma guerra. Aos poucos eles estão tentando reconstruir tudo. Os pavilhões que restam são bons, mas antigos. Lá eles têm que buscar uma renovação, mas aos poucos o país vai se reconstruindo.
P. Como é o jogador de futsal na Líbia?
R. Eles são tecnicamente muito bons, o típico jogador africano de um contra um. Tem também quem tem outro perfil que é mais craque, mais gamer. São jogadores muito felizes. Quando você vê uma partida de um torneio onde eles não têm treinador, eles nem recuam para lá, vira um vaivém.
P. Qual tem sido a sua principal missão desde que assumiu o cargo de técnico da Líbia?
R. O que tentamos é organizá-los, tentar fazer com que façam bem quatro coisas e com essas quatro coisas podemos fazer mal. Acima de tudo, aspectos técnico-táticos sobre como usar as pernas, como orientar o corpo, como fazer aquele primeiro controle… São pequenas coisas que lhes dão aquele ponto de qualidade. Aos poucos eles vão pegando e melhorando.
P. Nesta Copa do Mundo você conseguiu algo inédito para a Líbia: vencer sua primeira partida nesta competição. Como eles comemoraram isso?
R. Eles nos levaram para jantar naquele dia. O embaixador veio, nos parabenizou e deu dinheiro a cada um dos jogadores. A verdade é que foi algo muito legal. Eles vêm de uma fase muito difícil, perderam muitos familiares e ter alegrias como essa é muito importante.
P. Qual é o objetivo da Líbia nesta Copa do Mundo?
R. Alcançamos o primeiro objetivo, que era vencer um jogo e fazer um bom papel. O jogo de sábado devido ao calendário, que é o histórico do futsal, será visto por todos e queremos dar uma ótima imagem.
P. No sábado você ‘enfrenta’ o seu país e ambas as seleções precisam de um bom resultado para as oitavas de final, como você encara o jogo contra a Espanha?
R. O importante é aguentar os primeiros 5 minutos. Eles vão pressionar muito, mas a ideia não é nos prender. Vamos tentar subir as linhas, ter a bola e tentar fazer o nosso jogo. A partir daí teremos mais opções, se nos trancarmos e passarmos a bola será impossível.
P. Qual é o principal trunfo da Líbia para esta partida?
R. Penso que podemos jogar com a ansiedade da Espanha relativamente à necessidade de marcar mais golos. Embora o problema seja que a Espanha deveria ter vencido o Cazaquistão, isso não aconteceu e agora podemos “pagar o preço”. Mas eu digo a eles, em cada ação haverá a classificação. Se fizermos 3 a 0, temos que defender o 4 a 0 de qualquer maneira, porque talvez esteja nesse gol.
P. Vocês já provaram ser um time que vai com tudo, será igual no sábado?
R. Vamos sair e vencer. Na verdade, primeiro vamos jogar os pontos e depois vamos jogar os golos. Se os pontos estão aí para serem aproveitados, obviamente, nós vamos aproveitá-los, obviamente.
P. O que você acha que falta à Espanha neste torneio para finalmente encontrar o seu jogo e ser mais eficaz na frente do gol?
R. É uma questão psicológica, o que a Espanha tem de fazer é deixar-se levar. Já vi Portugal, por exemplo, e considero a Espanha muito superior. São jovens, com muita fome, mas têm que dar um passo em frente. Na verdade, se a Espanha ficar com Portugal, será Portugal que terá de se preocupar, e não a Espanha. Se isso acontecer e você eliminá-los, você terá mais um frame para vencer.
P. Se você tivesse que destacar algum jogador da Seleção Espanhola, quem seria?
R. Eu ficaria com Gordillo e Mellado ou Catela. Respeitando todos os outros porque todos são ótimos.