Mellado: “No momento dou nota 8 para esta Copa do Mundo”

Mellado é um dos líderes da ‘La Roja’ da Copa do Mundo de Futsal. O seu “hat-trick” frente à Líbia foi essencial para que a Espanha se classificasse para os oitavos-de-final como primeira do grupo. Mas A sua história no futsal começa muito antes, em Blanca, praticamente por amor. A mesma que o fazia dormir todas as noites abraçado a uma bola.

O ‘Presi’, como os seus colegas o chamam carinhosamente, Ele assumiu o comando da equipa da sua cidade há quatro anos com o objectivo de que as crianças do seu país possam desfrutar do futsal como ele. Embora tenha havido um momento, na adolescência, em que perdeu o entusiasmo por este desporto. Felizmente o Livreto o ajudou a recuperá-lo até hoje.

Perguntar. Quem é Miguel Ángel Cano Mellado?

Responder. É um menino de uma cidade chamada Blanca, em Múrcia, que começou a jogar nas categorias inferiores do Pozo. Fiquei nove anos lá, mas devido às circunstâncias saí de lá e fui para a Librilla. Lá recuperei um pouco do entusiasmo pelo futsal, que havia perdido um pouco. E aí caí em Cartagena, na terceira divisão e até hoje.

“Minha mãe me contou que eu dormia com a bola à noite”

P. Qual é o seu início no futsal?

R. Começo porque desde criança adoro bola. Na verdade, minha mãe diz que eu dormia com ela à noite, o que quer dizer que sempre gostei muito dela. Sempre foi minha paixão, meu hobby. Se eu não fosse um jogador profissional agora e não ganhasse a vida com isso, ainda faria isso.

P. Nunca houve outro esporte que lhe chamou a atenção durante sua infância ou adolescência?

R. Sempre foi futsal. Nunca joguei futebol, embora goste e pratique paddle, mas esse hobby surgiu já com uma idade um pouco mais avançada, aos 15 ou 16 anos.

P. Quem era seu ídolo no futsal naquela época?

R. Sempre gostei muito do Vinicius. Como já contei, aos nove anos estava no El Pozo e sempre ia assistir aos jogos e a verdade é que Vinicius era um verdadeiro espetáculo. Me identifiquei um pouco com ele pela forma como ele jogava, porque ele era canhoto.

“Acho que aquela lesão me serviu para reconsiderar e recuperar o entusiasmo pelo futsal”

P. Quando você era adolescente sofreu uma lesão grave, o que aconteceu?

R. Quando eu tinha 15 anos, rasguei meu menisco pela primeira vez. Por conta disso, deixei o time juvenil do Pozo. Aí eu me recupero, vou voltar, mas desmoronei de novo. Fiquei mais seis meses sem poder jogar e quando volto é nas categorias de base do terceiro ano do Librillo.

P. Depois de tantos meses desempregado, alguma vez pensou que a sua carreira no futsal tinha acabado?

R. Só joguei porque gostei, porque era meu hobby e adorei. Nunca pensei em ser jogador da primeira divisão. Aliás, penso que aquela lesão me serviu para reconsiderar e recuperar o entusiasmo pelo futsal.

P. E depois de Librillo você saltar para Cartagena, como foram essas seis temporadas no seu atual clube?

R. Quando cheguei começamos praticamente sem água para treinar. Fizemos três sessões com um kit que você tinha que lavar todos os dias… Lá fomos passo a passo, desde a luta para não ser rebaixado até a luta para chegar ao play-off, até chegar ao play-off e vencer o Liga e Supertaça.

“Foi algo magnífico, o primeiro título da minha carreira como profissional, foi muito legal”

P. Como foi vencer a Supertaça com o Cartagena?

R. Estivemos muito bem na Supertaça, competimos muito bem e por isso conquistamos o título contra o Barça na final. Aquilo foi algo magnífico, o primeiro título da minha carreira como profissional, foi algo muito bacana. Também para Cartagena foi o primeiro título de sua história.

P. Depois conseguiram vencer a Liga, você imaginou?

R. Depois de vencer a Supertaça, certamente ninguém pensava que éramos capazes de vencê-la. Mas por ter perdido a final da Copa do Rei, aquele espinho ficou preso depois de perder nos pênaltis e dissemos, agora na Liga vamos dar o resto. Nós demos e as coisas correram como planejado. É algo que ficará para a história.

P. E no próximo ano a Liga dos Campeões, como você a encara?

R. Agora temos uma coisa muito bonita que é a Liga dos Campeões. Queremos muito ver Cartagena na Europa e deixar uma ótima imagem.

Sua história na Seleção Espanhola

P. Entrando no ‘território’ da Seleção Espanhola, como você se lembra da sua estreia pela Espanha?

R. Foi um amistoso contra o Brasil, quando ‘Miguelín’ completou 100 partidas. Eles o homenagearam e eu estreei contra o Brasil em La Rozas. Melhor partida para estrear impossível, foi espetacular. Depois vim com mais frequência e procurei contribuir o máximo possível e dar o meu melhor.

P. Qual é a sensação de vestir a camisa da Seleção Espanhola?

R. Sinto orgulho; No final, quando você sai para a pista e o hino espanhol toca com a bandeira na frente, eu acho que você está representando um país inteiro, há cerca de 40 milhões de pessoas que você está representando. Você também está representando sua família, seu pai, sua avó, todos. Você tem essa responsabilidade, essa pressão e tem que dar 100%.

A Copa do Mundo no Uzbequistão

P. Terminada a fase de grupos da Copa do Mundo de Futsal, que nota você daria à Espanha até agora?

R. Eu daria um 8. Tirando o primeiro jogo contra o Cazaquistão, competimos muito bem e criamos muitas chances. Você sempre pode estar mais correto, mas vencemos a Nova Zelândia e a Líbia. Também conseguimos ficar em primeiro lugar no grupo, que era o objetivo.

P. Se houver outra penalidade, você se atreverá a cumpri-la?

R. Sim, na verdade anteontem eu estava conversando com o Fede no treino e ele me disse para ter confiança, que se houver outro pênalti eu vou cobrar. Os pênaltis são perdidos por quem os marca, embora seja verdade que não foi o meu melhor lance, hesitei um pouco onde lançar e errei. Mas o próximo vou lançar no lugar onde tenho confiança, como devo fazer e se falhar, então falha.

P. Qual é o seu objetivo na Copa do Mundo?

R. Meu objetivo agora é vencer a partida das oitavas de final e avançar para as quartas de final. Depois vence as quartas de final e vai para as semifinais, e assim sucessivamente até chegar à final. Jogar uma final de Copa do Mundo seria algo espetacular.

P. Um sonho que permanece no futsal?

R. Você facilitou muito para mim, agora é ser campeão mundial, esse é o meu sonho.

P. E na vida?

R. Seja feliz, que é o que todos nós queremos. Neste momento tenho a sorte de fazer o que gosto, de poder dedicar-me a isso e quero continuar assim por muitos anos. E também que minha saúde e a minha estejam com você.



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