A Floresta Amazônica perdeu uma área do tamanho da Alemanha e da França devido ao desmatamento

A maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, perdeu uma área do tamanho da Alemanha e da França combinada devido ao desmatamento em quatro décadas, mostrou um estudo na segunda-feira.

A selva sul-americana, abrangendo nove países, é considerada crucial para a luta contra as alterações climáticas devido à sua capacidade de absorver da atmosfera o dióxido de carbono que aquece o planeta.

A desflorestação, principalmente para fins mineiros e agrícolas, levou à perda de 12,5% da cobertura vegetal da Amazónia entre 1985 e 2023, segundo a RAISG, um colectivo de investigadores e ONG.

Isto equivale a 88 milhões de hectares (880.000 quilómetros quadrados, 339.773 milhas quadradas) de cobertura florestal perdida no Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

Especialistas da RAISG relataram uma “transformação acelerada” da Amazônia, com um “aumento alarmante” no uso de terras anteriormente ocupadas por florestas para mineração, lavouras ou pecuária.

“Um grande número de ecossistemas desapareceu para dar lugar a imensas extensões de pastagens, campos de soja ou outras monoculturas, ou foram transformados em crateras para a mineração de ouro”, afirmaram.

“Com a perda da floresta, emitimos mais carbono para a atmosfera e isso perturba todo um ecossistema que regula o clima e o ciclo hidrológico, afetando claramente as temperaturas”, Sandra Rio Cáceres, do Instituto do Bem Comum – uma peruana associação que participou do estudo – disse à AFP.

Ela disse acreditar que a perda de vegetação na Amazônia está diretamente ligada à seca severa e aos incêndios florestais que afetam vários países sul-americanos.

A rede de cientistas da World Weather Attribution disse no domingo que as mudanças climáticas estão aumentando o risco e a gravidade dos incêndios nas áreas úmidas da Amazônia e do Pantanal, que estão liberando “grandes quantidades” de dióxido de carbono na atmosfera.

“O calor interminável combinou-se com a baixa pluviosidade para transformar estes preciosos ecossistemas em caixas de pólvora altamente inflamáveis”, disse Clair Barnes, pesquisadora do Imperial College London.

“Enquanto o mundo queimar combustíveis fósseis, o risco de incêndios florestais devastadores continuará a aumentar na Amazônia e no Pantanal”, acrescentou.

A seca colocou alguns rios do Amazonas no nível mais baixo em décadas, ameaçando o estilo de vida de cerca de 47 milhões de pessoas que vivem nas suas margens.

O período de seca fez com que incêndios – muitas vezes acesos para limpar terras para agricultura – ficassem fora de controle no Brasil, Equador, Colômbia e Peru.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)


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