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Com o atraso que pode ultrapassar 120 dias Para obter vistos para Portugal, o Governo português decidiu aumentar o número de pessoas que tratam do assunto em vários consulados do mundo, incluindo os do Brasil. Para tal, foi aberto no dia 18 de setembro um concurso para contratação de mais 50 colaboradores através do Ministério das Relações ExterioresEquivalente em português ao Ministério das Relações Exteriores no Brasil.

As vagas são reservadas para pessoas com formação superior — preferencialmente em Ciência Política — e inscritos no processo de seleção passará por três etapas de avaliação. Primeiramente, os candidatos farão uma prova de conhecimentos, que será feita online, com a câmera do computador ligada. As questões estarão relacionadas com a área jurídica (legislação para estrangeiros, livre circulação no âmbito do Acordo de Schengen e legislação administrativa portuguesa) e com o funcionamento da rede consular portuguesa. A seguir, haverá uma avaliação curricular e depois uma avaliação psicológica.

A concorrência indica que os empreiteirosque serão funcionários públicos com plenos direitos, poderão ter que viajar para o exterior. O prazo em que os novos colaboradores começarão a trabalhar não é indicado no processo seletivo. A avaliação de advogados consultados pelo PÚBLICO Brasil é que o processo deve levar meses.

Para a advogada Vanessa Bueno, o número de novos funcionários é insuficiente para destravar os serviços consulares. “Vai ajudar, mas pouco. Para todos, 50 não é suficiente. O Brasil pode ter mais problemas, mas não é só nos consulados brasileiros. Faltam funcionários nos Estados Unidos, na África e no Oriente”, avalia.

Ela menciona que, além da emissão de vistos, outros serviços consulares estão atrasados. “Em São Paulo, se um cidadão português tenta tirar o cartão de cidadania ou o passaporte, não tem agenda. A mesma coisa acontece nos Estados Unidos. Há portugueses que viajam para Portugal só para renovar o passaporte”, relata.

Dificuldades

Para a consultora de mobilidade Karol Ximenes, a contratação prometida pelo Itamaraty será um passo positivo. “Diante de tanta dificuldade e demora, parece-me que mais 50 colaboradores vão ajudar muito”, considera.

Karol relata que o atraso na obtenção de vistos para Portugal prejudica não só quem quer estudar e trabalhar, mas também as decisões de investimento no país.

“Tem gente que não quer contratar serviço de remanejamento porque não sabe quando vai receber o visto. Dizem que daqui a três meses estará disponível, mas não há certeza. , que precisam do documento”, ressalta.

Ela diz que não são apenas os vistos que enfrentam problemas, citando um dos casos que já tratou. “Tenho uma cliente portuguesa, que reside nos Estados Unidos, cujo marido está a tentar tirar-lhe a nacionalidade portuguesa. Dada a demora, ela virá a Portugal em outubro para renovar os documentos”, afirma.

Estudantes e trabalhadores com contratos afetados pela morosidade dos vistos também são citados pela advogada e mestre em Direito Rosana Gomes. “Muitos perdem o período de ingresso na graduação e nas vagas de emprego por falta de capacidade da administração pública em dar respostas eficaz“, observa. Procurado, o Itamaraty não retornou os pedidos de entrevistas.

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