Um bombeiro equatoriano

Cerca de 2.000 bombeiros, equipes de resgate e militares estão combatendo incêndios em Quito.

Os bombeiros no Equador estão trabalhando para conter uma série de incêndios florestais fora do país. capital do paísenquanto vários países sul-americanos lutam com os efeitos da seca generalizada e dos incêndios recordes.

Quito ficou coberta de fumaça e cinzas na quarta-feira, enquanto cerca de 2.000 bombeiros, equipes de resgate e militares trabalhavam para evacuar os moradores e conter as chamas. Pelo menos seis feridos foram relatados até agora.

“O incêndio não vai acabar nas próximas horas. Certamente continuará noite adentro”, disse o prefeito Pabel Munoz aos repórteres, acrescentando que as temperaturas noturnas mais baixas poderiam ajudar os bombeiros em seus esforços.

Munoz descreveu a situação como “crítica” e disse que dois bombeiros ficaram feridos no combate às chamas.

“Quito está sob ataque”, disse a oficial de segurança municipal Carolina Andrade, acrescentando que dois adultos e duas crianças também estavam entre os feridos.

Incêndios recordes eclodiram em países da América do Sul, incluindo Brasil, Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru, já que a região foi atingida por uma seca severa.

Um bombeiro trabalhando para conter um incêndio florestal em Quito, Equador, 25 de setembro (Karen Toro/Reuters)

“Queria salvar alguma coisa, mas não conseguimos nada”, disse Alexis Condolo, um mecânico de 23 anos cuja casa pegou fogo, à agência de notícias AFP.

Em uma postagem nas redes sociais, o corpo de bombeiros de Quito disse que estava jogando água sobre as chamas para tentar ajudar os bombeiros que trabalham na contenção das chamas.

O departamento também pediu aos residentes que evitem voar drones, queimar lixo e tomar quaisquer outras ações que possam iniciar incêndios ou complicar os esforços de combate a incêndios.

O Equador enfrenta a sua pior seca em mais de 60 anos, e os incêndios florestais sublinharam a vulnerabilidade acrescida que muitas nações enfrentam sob condições climáticas extremas alimentadas por alterações climáticas.

No início deste mês, a agência brasileira de pesquisa espacial Inpe disse ter registrado 346.112 focos de incêndio em toda a América do Sul neste ano – o número mais alto desde o início da série de dados em 1998.

No Peru, o governo declarou na semana passada estado de emergência em várias províncias afetadas por incêndios florestais.

E as autoridades energéticas brasileiras anunciaram que apoiariam a reimposição do horário de verão, uma vez que a seca ameaçava a produção de energia hidroeléctrica do país.

Um banheiro dentro de uma casa destruída por um incêndio
Vista de um banheiro destruído durante um incêndio florestal em Quito, Equador, em 25 de setembro (Karen Toro/Reuters)

O Equador também sofreu apagões à medida que a seca sobrecarrega a capacidade energética do país.

Enquanto isso, os embarques de grãos em Argentina e o Brasil desaceleraram à medida que o nível dos rios caiu.

“Os líderes sul-americanos devem, mais do que nunca, tomar medidas urgentes para prevenir uma catástrofe climática que poderá ter consequências irreversíveis para a humanidade e para o planeta”, afirmou a Amnistia Internacional na segunda-feira.

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