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Inicialmente agendada como uma reunião dentro do Casa Odara — um centro cultural e de apoio aos imigrantes — em solidariedade a Jhon Kennedy Pereira e Maria Gabriela Carvalho, vítimas de agressões, acabou virando um evento público na rua, em frente à sede da instituição.

“Na verdade, a gente só queria encher a casa de artistas que estão apoiando os dois que foram espancados. Mas apareceram mais pessoas do que esperávamos e uma manifestação contra a xenofobia tomou conta da rua”, afirma Janaína Fernandes, coordenadora da Casa Odara, que fica na Rua dos Mártires da Liberdade, no centro do Porto.

Tanto João Kennedy quanto Maria Gabriela falou na ocasião. Por questões de segurança, o discurso foi proferido na janela do primeiro andar da Casa Odara. Durante o evento — realizado sob chuva — os presentes cantaram a música Odara, de Caetano Veloso, que dá nome à casa.

Ministério Público

A performance, segundo Janaína, foi intitulada Cartas para ninguém. “O Jhon abordava as pessoas na rua, perguntava se elas queriam participar e escrevia uma frase e, a partir da frase, criava uma coreografia. Ele nunca começou”, relata.

Segundo o advogado Diego Bove, que acompanhou os agressores até a delegacia onde registraram a denúncia, os dois foram vítimas de violência física e verbal. “Ele está com muitos hematomas pelo corpo e com movimentos reduzidos por conta dos chutes e socos que recebeu. Maria Gabriela levou cotoveladas, caiu no chão e levou chutes na barriga e nas costas. Ela tinha hematomas, mas não tão intensos quanto os de Jhon Kennedy”, descreve.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) foi chamada e identificou os agressores. Os brasileiros estiveram no Hospital de Santo António, no Porto, para a realização do exame médico (exame criminal). O caso pode ser tratado pelo Ministério Público.

Segundo Janaína, com as agressões sendo divulgadas nas redes sociais, vários brasileiros foram à Casa Odara para denunciar que também foram vítimas de preconceito, em alguns casos, violência.



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