Viena:
A notícia de que uma canção nazista foi cantada no funeral de um ex-funcionário de extrema direita na Áustria causou indignação no sábado, às vésperas das eleições nacionais, para as quais a extrema direita lidera as pesquisas de opinião.
O Partido da Liberdade de extrema-direita (FPOe) – que foi fundado por antigos nazis – está numa corrida renhida com os conservadores no poder para vencer a votação de domingo, o que marcaria uma vitória histórica.
Antes da votação, o líder do FPOe, Herbert Kickl, utilizou frequentemente termos que lembram o passado conturbado do partido, incluindo autodenominar-se o futuro “Volkskanzler” – o chanceler do povo – como Adolf Hitler foi denominado na década de 1930.
Na sexta-feira, vários funcionários da FPOe compareceram ao funeral em Viena do ex-conselheiro distrital da FPOe, Walter Sucher, onde uma canção nazista foi cantada, informou o diário Standard.
O Standard publicou um vídeo que recebeu mostrando pessoas participando de um funeral em um cemitério e de pé ao lado de um túmulo cantando uma canção que evoca o “sagrado Reich alemão”.
A FPOe não respondeu imediatamente a um pedido de comentários da AFP, mas, em comentários à agência de notícias austríaca APA, condenou a forma como o incidente foi politizado.
“Querer agora abusar politicamente do funeral de uma pessoa privada – em cujo planeamento ou configuração a FPOe não esteve envolvida de forma alguma – é desrespeitoso e mesquinho”, afirmou.
O grupo de estudantes judeus austríacos disse ter apresentado uma queixa aos promotores por causa do vídeo. Num comunicado, classificou o incidente como um “sinal de alarme para a Áustria”.
Os partidos políticos de todo o espectro também condenaram o vídeo.
Numa publicação no X, o conservador Partido Popular (OeVP) reiterou que não cooperaria com Kickl – que “não tem escrúpulos em estar associado a extremistas de direita” – para formar um governo, instando as pessoas a votarem no OeVP para “fortalecer o centro”.
O líder dos Social-democratas (SPOe), Andreas Babler, disse no X que o incidente mostrou mais uma vez que “um estado democrático não pode ser criado” com o FPOe.
A FPOe tem enfrentado frequentemente acusações de anti-semitismo, o que nega.
Sob Kickl, o partido aproveitou a raiva em relação à migração, à inflação e às restrições da Covid para ganhar eleitores. Atualmente, representa 27% do apoio dos eleitores nas pesquisas de opinião, logo à frente do OeVP, com 25%.
(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)