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Num mundo cada vez mais voltado para a tecnologia, a procura por profissionais qualificados não para de crescer. Foi apostando nesse mercado que a UltraCon Consultoria montou um banco com currículos de mais de 50 mil especialistas, que são chamados a entregar soluções para empresas que buscam inovação. Eles são contratados como prestadores de serviços.
Após 25 anos de atuação no Brasil, o proprietário da UltraCon, Antônio Morales, decidiu expandir seus negócios para a Europa e escolheu Portugal como base. Instalada em Oeiras desde Abril deste ano, a empresa, que dispõe de recursos técnicos e conhecimentos na área das tecnologias de informação, tem vindo a alocar profissionais de acordo com as necessidades dos clientes.
“Crescemos muito no Brasil e sempre olhei para Portugal com muita simpatia. Por isso decidi pisar no país na Europa. Percebi que havia receptividade a novos serviços e produtos. Comecei a pesquisar e contratei um projeto no Atlantic Hub para estudar o mercado e a cultura local fiquei encantado com o resultado”, afirma.
A Atlantic Hub é uma empresa especializada em promover negócios e parcerias luso-brasileiras, desenvolvendo projetos e buscando clientes para novos empreendimentos brasileiros em Portugal. “Eles trabalham com a internacionalização das empresas. No Brasil, a UltraCon é bastante conhecida e chegou a hora de expandir. Foi criado um plano de ação, que seguimos à risca, e tem dado certo”, comenta o empresário. E acrescenta: “Eles me orientaram de diversas maneiras, pois estamos diante de outra cultura. Nenhum país é igual a outro. Por mais que Portugal seja parecido com o Brasil, e vice-versa, temos hábitos e vocabulário diferentes. Para pisar num país que não conhecemos, temos que seguir o modelo de casa, neste caso, Portugal.”
Com base no plano de negócios, a subsidiária em Portugal foi legalmente constituída. Morales contratou um escritório de advocacia com presença no Brasil e em Portugal. “Os advogados ajudaram-nos a fazer um contrato social, obtivemos o NIF (Número de Identificação Fiscal) e abrimos uma conta num banco. Portugal era tão simples como no Brasil”, afirma.
Confiança e parceria
Uma das orientações recebidas por Morales ao se estabelecer em Portugal foi que seria importante que a parte comercial fosse cuidada por um português. “Segui as orientações e contratei um profissional experiente no mercado, Rafael Carvalhinho. E tem dado ótimos resultados”, destaca. O executivo português explica como surgiu a sinergia entre os dois neste trabalho. “Quando você tem alguém nativo, da terra, a credibilidade no processo aumenta. É uma questão de confiança”, enfatiza.
Carvalhinho destaca que tem experiência no mercado europeu e aprendeu com algumas dificuldades na Holanda, Suíça e Dinamarca. “É preciso conhecer a metacultura, os hábitos e as formas de estar em uma reunião. Hoje posso ajudar as pessoas a terem esse preparo. Já estamos olhando para toda a Europa e sou responsável pelo projeto de expansão da UltraCon”, ele aponta.
Morales explica que a UltraCon busca em seu banco de currículos o perfil de consultor ideal para cada empresa cliente. Algumas demandas são para profissionais mais difíceis de encontrar no mercado de Tecnologia da Informação. “Existem clientes com negócios muito específicos, como, por exemplo, implementar um sistema alemão, que é o que mais trabalhamos, o SAP, um programas de planejamento de recursos corporativos que atende qualquer tipo de negócio”, detalha.
Segundo o empresário, encontrar um profissional SAP na área de seguros é muito difícil, por isso eles são muito bem remunerados. “Agora estamos entrando na inteligência artificial, e quem realiza projetos na área também terá seu valor reconhecido, principalmente neste primeiro momento, em que menos gente conhece essa tecnologia, aplicada a qualquer tipo de cliente, seja ele de seguros ou saúde”, afirma.
O objetivo da UltraCon é continuar acompanhando a inovação tecnológica e o dia a dia de quem trabalha na empresa — todos os profissionais são autônomos, contratados sob demanda. “Temos em nossa empresa um modelo diferente dos nossos concorrentes no Brasil. Cuidamos desse contingente de consultores. Visitamos os projetos, perguntamos como estão, se a família está bem, se tem algum problema que possamos ajudar. Isso é um diferencial, porque, no fundo, somos todos seres humanos. Tratamos os consultores não como fornecedores de tecnologia, mas sim como seres humanos que fornecem tecnologia. Isso faz uma diferença enorme”, acrescenta o empresário.
Trabalho remoto
André Luiz Fischer, consultor brasileiro da UltraCon desde 2020, especializado em logística, mora em Portugal há três anos e seu desejo é permanecer no país. “Eu já era consultor quando fui convidado para fazer um mestrado em Portugal. Desde então, tenho trabalhado remotamente para clientes no Brasil. Enquanto isso, minha esposa e eu entendemos que a perspectiva é permanecer no país por um longo prazo. Agora, com a UltraCon em Portugal, espero que esta parceria continue a dar frutos”, comenta.
Trabalhar em Tecnologia da Informação, principalmente após a pandemia da Covid-19, permite que o profissional esteja em um país diferente da empresa para a qual presta serviços. E o conhecimento adquirido ao longo dos anos é muito valorizado. “A área da tecnologia permite realçar os cabelos grisalhos. Tenho 56 anos e gosto de poder ser útil. Enquanto você for útil, você será necessário”, afirma Fischer.
Segundo ele, a criatividade brasileira na área de TI também é muito apreciada em Portugal e é nisso que a UltraCon aposta. “Na nossa área de atuação podemos atender empresas não só do Brasil, mas de toda a Europa”, finaliza.