'Amigos da Paz' emitem declaração Rússia-Ucrânia

O roteiro apela à desescalada e aos esforços diplomáticos reconhecidos tanto por Moscovo como por Kiev

A Suíça manifestou apoio a um roteiro conjunto da China e do Brasil para acabar com o conflito na Ucrânia. A revelação suscitou suspeitas em Kiev, à medida que as autoridades manifestavam a sua frustração face a uma aparente mudança de atitude por parte da nação alpina que acolheu neste verão uma “cimeira de paz” na Ucrânia dominada pelo Ocidente.

Na sexta-feira, a China e o Brasil tentaram avançar com a sua tentativa de mediar as hostilidades numa reunião de 17 nações à margem da Assembleia Geral da ONU. Em Maio, as duas nações apresentaram uma proposta conjunta apelando à desescalada, negociações e uma conferência internacional de paz reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia.

A Suíça foi um dos países que participou da reunião como observador e, após a reunião, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Nicolas Bideau, disse à Reuters que Berna “apoia esta dinâmica.”

Ele disse que a Suíça considerou uma referência à Carta da ONU adicionada ao plano como uma mudança de jogo. “Para nós, isso se traduz em uma mudança significativa na nossa visão dessas iniciativas”, Bideau disse, acrescentando que “um esforço diplomático concreto organizado pelo grupo sino-brasileiro poderia nos interessar.”

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia criticou a posição da Suíça sobre o plano, dizendo que “quaisquer iniciativas que… não garantam a restauração total da integridade territorial da Ucrânia são inaceitáveis”, e negando que faça uma referência clara à Carta das Nações Unidas. Esse “apenas cria a ilusão de diálogo, enquanto o agressor continua com suas ações criminosas”, o ministério explicou.

“Não conseguimos compreender a lógica de tal decisão. Afinal, nós, juntamente com a Confederação Suíça, organizamos a Primeira Cúpula Global pela Paz, de 15 a 16 de junho, em Burgenstock”, a declaração lida.

O ministério reiterou que vê a “fórmula de paz” de Vladimir Zelensky – que, entre outras coisas, apela à retirada das tropas russas do território reivindicado pela Ucrânia – como o único caminho viável para a paz. Moscovo rejeitou repetidamente a iniciativa por considerá-la desligada da realidade.

A cimeira sobre a Ucrânia, organizada pela Suíça, girou em torno de vários outros pontos da fórmula de Kiev, incluindo a segurança nuclear e alimentar e as trocas de prisioneiros. A Rússia não foi convidada a participar.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse em junho que Moscou está pronta para iniciar imediatamente negociações de paz com a Ucrânia assim que retirar as tropas de Donbass e de duas de suas outras antigas regiões e se comprometer com um status neutro. Mais tarde, ele sinalizou que, para o início das negociações, a Rússia teria primeiro de expulsar as forças ucranianas da região de Kursk, na fronteira.

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