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Existem muitas pesquisas que apontam os benefícios do exercício físico diário para a saúde, independentemente da idade. De olho no potencial desse mercado, o Grupo Voll, que reúne 220 franquias de estúdios de pilates no Brasil, prepara sua expansão internacional, que começará em Portugal. “Vemos muitas oportunidades no país”, afirma a sócia-diretora do grupo, Carolina Rorato. Ela acredita que o grande número de brasileiros residentes em território português será fundamental para impulsionar os negócios.
A entrada da empresa brasileira em Portugal acontecerá em duas frentes: uma, através do franchising de estúdios de pilates — o investimento ronda, em média, os R$ 45 mil (7,5 mil euros) —, a outra, através da formação de profissionais para trabalhar na área. Para ela, o trabalho com o público deve ser feito por pessoas bem preparadas e isso exige capacitação. “Estamos muito fortes nos treinos. Mais de 80 mil alunos já frequentaram nossos centros de preparação presencialmente e cerca de 110 mil se formaram em cursos online”, afirma Carolina. “Nossas franquias e nossa capacidade de treinamento nos tornam o maior grupo do setor na América do Sul”, acrescenta.
A executiva destaca que já possui três sócios em Portugal, licenciados para trabalhar com pilates, que utilizam a marca Voll. “Mas, a partir do ano que vem, teremos base própria no país”, destaca. Todo o processo de expansão em terras portuguesas será definido no final deste mês, quando Carolina desembarcará em Lisboa para participar num congresso internacional de profissionais da área. “Vamos contratar um advogado e um contador para nos ajudar em todo o processo de estruturação da empresa”, ressalta. O Grupo Voll, com 300 colaboradores, registou receitas de R$ 25 milhões (4,1 milhões de euros) no ano passado.
De crianças a atletas
Na opinião de Carolina, Portugal não é apenas “um oceano azul” para explorar. “Na Europa, a prática do Pilates ainda não tem muita tradição, apesar da técnica ter sido criada por um alemão, Joseph Pilates, na década de 1920”, destaca. A razão, ela acredita, é o fato de ele ter se mudado para os Estados Unidos quando o nazismo cresceu na Alemanha.
“Foram os americanos que espalharam a prática pelo mundo. Portanto, a Europa parece ser um bom mercado a explorar”, acrescenta. No Brasil, o crescimento tem sido exponencial. Entre janeiro de 2020 e setembro de 2023, o número de estúdios saltou de 57,3 mil para 74,1 mil. O número total de instrutores passou de 69,2 mil para 92,8 mil.
Para o diretor do Grupo Voll, o pilates tem como objetivo conectar o corpo e a mente. “Quem adere a esta prática sente os benefícios na postura, força, equilíbrio e flexibilidade corporal. Isso é o que chamamos de hipertrofia organizada, ou seja, trabalha-se a flexibilidade do músculo enquanto se fortalece e aumenta a massa muscular”, explica. “Essa técnica é recomendada para pessoas de todas as idades, inclusive crianças a partir dos quatro anos, pois auxilia no desenvolvimento motor e nas habilidades físicas e cognitivas”, completa.
Para trabalhar como instrutor de pilates no Brasil é preciso ter formação superior em fisioterapia ou educação física. Em Portugal, a profissão pode ser exercida por qualquer pessoa, desde que faça formação numa escola certificada pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DEGERT). Os cursos variam entre quatro dias e três meses. Existem também certificações do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) e do Instituto Internacional do Desporto e Ciências Aplicadas (IDCA).
O Pilates tem sido adotado por atletas de ponta em suas rotinas de treinamento. A seleção brasileira feminina de vôlei montou estúdio nas Olimpíadas de Paris. O surfista Gabriel Medina, medalhista de bronze na competição, também é fã da técnica.