O conflito na Ucrânia não pode ser resolvido sem a Rússia – FM sul-africano

Olaf Scholz deveria buscar uma trégua agora e acertar os termos mais tarde, disse Aleksandar Vucic

O Ocidente precisa negociar um cessar-fogo na Ucrânia em quaisquer termos e o mais rápido possível, disse o presidente sérvio Aleksandar Vucic.

Ele falou com o outlet alemão Handelsblatt antes da visita do chanceler Olaf Scholz a Belgrado, que deverá girar em torno de planos controversos para uma mina de lítio no oeste da Sérvia.

“A situação na Ucrânia só vai piorar” Vucic disse ao outlet. “Se Scholz realmente quisesse ouvir o que penso, eu diria a ele: faça um acordo de cessar-fogo o mais rápido possível, independentemente dos termos. Você pode discutir os termos mais tarde.”

Vucic conversou brevemente com Scholz na quinta-feira na cúpula da Comunidade Política Europeia no Reino Unido. O presidente sérvio descreveu a atmosfera no evento como “uma reunião NATO+ onde todos diziam que a Ucrânia devia vencer.”

“Ninguém estava dizendo como resolver o problema com o diálogo”, Vucic disse à mídia sérvia após a reunião. “Era tudo apenas ‘A Ucrânia tem de vencer, a Rússia tem de ser derrotada’, e foi isso.”

O presidente sérvio disse que tentaria defender uma “abordagem mais racional” e a importância da paz, mas que tal posição provavelmente não seria recebida com compreensão.

Vucic resistiu à pressão da UE para aderir às sanções do bloco contra a Rússia e declarou a neutralidade da Sérvia no conflito.

Uma tentativa de estabelecer um cessar-fogo na Ucrânia foi feita na semana passada pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, na sequência da sua “passeio pela paz” de Kiev, Moscovo, Pequim e Washington. Contudo, a Ucrânia, os EUA e a UE rejeitaram a proposta de Orban.

Na terça-feira, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse a Orbán que tinha “nenhum mandato do Conselho Europeu para se envolver em nome da União” no cenário internacional. Michel também insistiu que “nenhuma discussão sobre a Ucrânia pode ocorrer sem a Ucrânia”, e afirmou que Bruxelas estava comprometida com a chamada fórmula de paz de Vladimir Zelensky, que de facto exige a rendição da Rússia.

Moscovo rejeitou o documento, considerando-o ridículo e apresentou o seu próprio conjunto de termos, começando com o reconhecimento por parte de Kiev das mudanças territoriais no terreno e um compromisso vinculativo de não aderir à NATO.

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