Uma pesquisa realizada no Reino Unido identificou ganhos na aprendizagem e saúde mental dos jovens que passam menos tempo no telemóvel, mas não conseguiu estabelecer uma ligação direta entre a proibição do uso de equipamentos eletrónicos nas escolas e a melhoria desses indicadores.
O estudo, conduzido pela Universidade de Birmingham, analisou 1.227 alunos de 30 escolas secundárias britânicas. Os pesquisadores compararam escolas com políticas rigorosas de proibição de telemóveis com aquelas que permitiam o uso controlado dos dispositivos. Os resultados mostraram que a proibição, por si só, não teve um impacto significativo no desempenho académico, comportamento na sala de aula, prática de exercício ou horas de sono dos alunos.
No entanto, o estudo destacou que os alunos que passam mais tempo no telemóvel e em redes sociais apresentaram piores resultados nesses indicadores. “A proibição de telemóveis nas escolas não é uma solução mágica,” explicou a coordenadora do estudo, Dra. Ana Rodrigues, em entrevista à BBC. “O que estamos a sugerir é que estas proibições, de forma isolada, não são suficientes para impedir efeitos negativos.”
A pesquisa também analisou o impacto dos telemóveis na saúde mental dos alunos. Embora a proibição não tenha melhorado significativamente os níveis de ansiedade ou stress, os alunos que usaram os dispositivos de forma moderada relataram maior bem-estar emocional. “Os telemóveis são uma ferramenta importante para a socialização e o apoio emocional, especialmente entre os jovens,” afirmou a Dra. Rodrigues.
Conclusão:
O estudo sugere que, em vez de proibições totais, as escolas devem adotar políticas que ensinem os alunos a usar a tecnologia de forma responsável. “Precisamos de fazer mais do que banir os telefones nas escolas,” concluiu a Dra. Rodrigues.