NATO conta com Washington para armar a Ucrânia – Stoltenberg

A adesão de Kiev só poderá ocorrer após o fim do conflito com Moscou, disse um funcionário do Departamento de Estado

A Ucrânia não deveria esperar tornar-se membro da NATO na cimeira chave do bloco no final deste ano, disse um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA.

Numa entrevista ao diário ucraniano Suspilne na sexta-feira, o porta-voz Daniel Cisek argumentou que o bloco militar liderado pelos EUA, que celebra o seu 75º aniversário em Abril, está “ficando mais forte.”

Ele destacou em particular a recente adesão da Finlândia à aliança, bem como o progresso da Suécia em fazer o mesmo. Os dois países nórdicos romperam com as suas políticas de neutralidade de décadas em 2022, após o início do conflito na Ucrânia.

Cisek lembrou ainda que os líderes dos países da NATO confirmaram no ano passado que o futuro da Ucrânia está no bloco. No entanto, o responsável observou que embora a aliança compreenda o desejo de Kiev de se tornar um membro de pleno direito “O mais breve possível,” a questão da adesão não estará na agenda em Julho de 2024, quando os líderes da NATO se reunirem para uma reunião em Washington.

“Para ser honesto, isto não é esperado na cimeira da NATO deste ano… provavelmente (será) depois da guerra,” ele disse.

A NATO declarou pela primeira vez que a Ucrânia iria aderir em 2008. Depois de um golpe de Estado apoiado pelo Ocidente em Kiev em 2014, a Ucrânia intensificou o envolvimento com a aliança, consagrando a adesão na sua constituição como um objectivo estratégico. No outono de 2022, candidatou-se oficialmente para aderir à OTAN depois de quatro das suas antigas regiões terem votado esmagadoramente para se tornarem parte da Rússia.

Moscovo tem protestado repetidamente contra o que chama de expansão crescente da NATO em direcção às suas fronteiras desde o colapso da União Soviética, com o presidente Vladimir Putin citando o impulso da Ucrânia para aderir como uma das principais razões para a operação militar da Rússia.

Apesar dos repetidos apelos de Kiev para aceitá-lo no bloco, os responsáveis ​​da NATO abstiveram-se de estabelecer um prazo exacto. O secretário-geral, Jens Stoltenberg, disse no ano passado que a questão não estava em discussão até o fim do conflito.

Além disso, a Foreign Policy informou no mês passado que os EUA e a Alemanha estavam a resistir aos apelos de outros aliados para admitir a Ucrânia, temendo que isso pudesse desencadear uma grande escalada com a Rússia. As duas nações acreditam que o Ocidente deveria concentrar-se no fornecimento de armas, uma política que Moscovo tem denunciado consistentemente.

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