Israel rejeita solução de dois Estados – Netanyahu

Jerusalém Ocidental está indignada com os comentários de Lula da Silva sobre o Holocausto, enquanto Brasília chamou a reação de “absurda”

O ministro das Relações Exteriores de Israel atacou o presidente brasileiro pelas observações deste último sobre a guerra em Gaza e o Holocausto.

Segundo a Reuters, Israel Katz disse que Luiz Inácio Lula da Silva não era bem-vindo em Israel depois que o líder brasileiro comparou as ações de Israel em Gaza ao genocídio de judeus pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

“Não esqueceremos nem perdoaremos. É um ataque antissemita grave. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel – diga ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que o retire”, a agência citou Katz dizendo ao embaixador do Brasil.

O embaixador foi convocado para uma reprimenda na segunda-feira por causa dos comentários, disse Katz em uma postagem separada no X (antigo Twitter).

Declarar o presidente persona non grata é “absurdo,” O canal de notícias G1 citou o principal assessor de Lula da Silva, Celso Amorim.

No fim de semana, Lula da Silva descreveu a ação militar de Israel contra os militantes do Hamas em Gaza como “genocídio” e “abate”. Ele comparou isso ao extermínio de milhões de judeus pelo regime nazista de Adolf Hitler, há 80 anos, segundo o G1. O líder brasileiro fez os comentários após ser questionado sobre a recente suspensão da ajuda de alguns doadores, incluindo os EUA, a Alemanha e a UE, à Agência de Assistência e Obras da ONU para os Refugiados da Palestina (UNRWA).

“O que está a acontecer na Faixa de Gaza e com o povo palestiniano não existiu em nenhum outro momento histórico. Na verdade, existia: quando Hitler decidiu matar os judeus”, disse ele, citado pelo G1.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, denunciou as palavras do presidente brasileiro como “vergonhoso e sério” em uma postagem no Telegram, e disse que os comentários foram “cruzando uma linha vermelha.”

O governo israelita iniciou uma ofensiva aérea e terrestre em Gaza em Outubro, após um ataque do Hamas a Israel. Mais de 29 mil pessoas, a maioria civis, foram mortas em Gaza desde então, segundo as autoridades de saúde palestinas.

No domingo, Netanyahu rejeitou categoricamente “reconhecimento unilateral” de um Estado palestino, argumentando que seria um “recompensa enorme e sem precedentes ao terrorismo”. Ele também chamou a guerra em Gaza “a batalha da civilização contra a barbárie”, e reiterou o seu objectivo de “vitória total”.

A comunidade internacional há muito que apela à chamada solução de dois Estados, ou ao estabelecimento de um Estado separado para os palestinianos ao lado de Israel.

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