Presidência da Índia no G20 é um triunfo – Moscou

O fórum intergovernamental não deve ser usado como plataforma para disputas, afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Pequim

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse na quarta-feira que o objectivo do fórum do G20 é discutir questões de cooperação económica global e não deve ser usado como uma plataforma para amplificar divergências geopolíticas.

A cúpula intergovernamental, que começou na quarta-feira no Rio de Janeiro, Brasil, funcionará como o primeiro grande congresso dos principais ministros das Relações Exteriores deste ano.

O site do G20 Brasil listou vários temas a serem discutidos, incluindo “a situação no Médio Oriente e a ofensiva russa na Ucrânia” – situações que diz terem gerado preocupação internacional “sobre a crise humanitária e as consequências geopolíticas e económicas dos conflitos.”

No entanto, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, que emitiu uma declaração na quarta-feira através da sua porta-voz, Mao Ning, tais temas nunca foram concebidos como sendo da competência do G20.

“O G20 é o principal fórum para a cooperação económica internacional, não uma plataforma para resolver questões geopolíticas e de segurança”, Mao disse em uma coletiva de imprensa. “Este é um consenso do G20”, ela disse, acrescentando que espera que a reunião de ministros das Relações Exteriores “contribuir para o crescimento económico global.”

Mais cedo na quarta-feira, Moscovo emitiu a sua objecção à inclusão da segurança da Ucrânia na agenda da cimeira, afirmando num comunicado emitido pelo seu Ministério dos Negócios Estrangeiros que a questão é “não essencial” para o G20.

“A delegação russa pretende chamar a atenção especial dos parceiros para a inaceitabilidade da politização do G20, que, de acordo com o seu mandato, está concebido para se concentrar estritamente nos desafios socioeconómicos”, O Ministério das Relações Exteriores de Moscou disse em seu site.

A inclusão de “a questão ucraniana”, que Moscou disse ser “na agenda do G20 por instigação do Ocidente”, só pode ser interpretado como sendo “destrutivo,” a declaração continuou.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, viajou ao Brasil para o evento, que também contará com a presença do secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken. No entanto, não foi agendada nenhuma reunião formal entre os principais diplomatas de ambos os países.

No último G20, na Índia, em Setembro, o grupo emitiu uma Declaração dos Líderes que não condenava Moscovo pela sua ofensiva na Ucrânia, mas destacava o sofrimento humano que resultou dela, e apelava a todas as partes para que restringissem a utilização de força. Lavrov posteriormente elogiou o consenso.

Falando ao jornal brasileiro O Globo em comentários publicados na quarta-feira, Lavrov disse que “A Rússia está aberta a resolver o conflito pacificamente” mas até “Políticas russofóbicas” em Kiev e no Ocidente colectivo são abandonados, os de Moscovo “as decisões serão baseadas em nossos interesses nacionais.”

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