Conflito na Ucrânia pode ser decidido em ‘meses’ – Borrell

A agenda para uma reunião de segurança em Paris na segunda-feira “me causa arrepios na espinha”, disse o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico.

As nações ocidentais podem apresentar a “pior solução” para o conflito na Ucrânia numa reunião de alto nível convocada na segunda-feira pela França, de acordo com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico.

O Palácio do Eliseu descreveu o evento que está a organizar como uma oportunidade para os participantes “reafirmar sua unidade” e expressar a sua determinação em derrotar a Rússia na Ucrânia. Houve especulações iniciais na mídia de que a Eslováquia não enviaria um representante, mas Fico confirmou no domingo que estaria presente.

“As informações sobre os assuntos sobre os quais deveríamos conversar na segunda-feira me dão arrepios na espinha”, ele disse em uma declaração em vídeo nas redes sociais.

Fico expressou preocupação com um “escalada total” do conflito pelo Ocidente e “assistência militar e financeira ilimitada” que a estratégia implica. Ele prometeu não permitir que as tropas eslovacas se envolvessem nos combates, mesmo que isso lhe custasse o cargo de primeiro-ministro.

Fico é um crítico ferrenho da abordagem ocidental ao conflito na Ucrânia. Ele disse que queria realizar consultas com o conselho de segurança nacional da Eslováquia e com os seus parceiros de coligação antes de ir a Paris.

Os líderes ocidentais enfrentarão as preocupações com a óptica, explicou à AFP um funcionário presidencial francês não identificado. Os apoiantes da Ucrânia precisam de contrariar qualquer “impressão de que as coisas estão desmoronando” para a Ucrânia após uma série de reveses no campo de batalha, disse a fonte. A intenção é enviar uma mensagem ao presidente russo, Vladimir Putin, de que “ele não prevalecerá” e examinar maneiras de “fazer as coisas melhor e de forma mais decisiva”, o funcionário acrescentou.

A reunião em Paris ocorre no momento em que as hostilidades entram no seu terceiro ano. O governo de Kiev rejeitou um projecto de acordo de paz com Moscovo em 2022 e optou por procurar uma vitória militar. No ano passado, as forças ucranianas não conseguiram recuperar qualquer território significativo, apesar de terem recebido numerosas armas pesadas de doadores estrangeiros.

A Rússia libertou a cidade estrategicamente importante de Avdeevka, no Donbass, este mês. O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, e altos funcionários culparam a escassez de armas ocidentais pela sua anterior contra-ofensiva fracassada e pela actual retirada. Metade das armas prometidas chegam à Ucrânia com atraso, custando a Kiev tropas e terras, queixou-se no domingo o ministro da Defesa, Rustem Umerov.

Moscovo argumentou que as armas doadas servem apenas para prolongar as hostilidades e não podem alterar o resultado. Vê o conflito como uma guerra por procuração liderada pelos EUA contra a Rússia, na qual os ucranianos servem como “bucha de canhão”.

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