Sandie Toletti (Bagnols-sur-Cèze, 1995) participa do MARCA do campo de treinamento da seleção francesa em Clairefontaine. Ela faz isso com um sorriso no rosto e em um espanhol perfeito que pode ser explicado depois de passar cinco anos na Espanha. Em cima da mesa está a final da Liga das Nações, na quarta-feira (19h00, La1), em que a Espanha procura ampliar a sua hegemonia e a França o seu primeiro título oficial.

P. Faltam dois dias para a final da Liga das Nações. Os nervos são perceptíveis?

R. Não no momento, na verdade. Vencer a Alemanha na sexta-feira foi uma emoção e ficamos muito felizes, mas voltamos do Lyon para Clairefontaine e já estamos trabalhando com a cabeça voltada para o jogo contra a Espanha.

P. Combinação especial para você?

R. Sim claro. Conheço muitos dos jogadores que vou enfrentar e jogo e moro na Espanha há cinco anos. Estou muito feliz por ele ser nosso rival nesta final.

P. São as duas equipas com melhores números nesta Liga das Nações. Para quem colocamos o sinal favorito?

R. Acho que numa final não há favoritos. Vai ser um jogo muito bonito, com duas grandes equipas com estilos diferentes. A Espanha tem uma boa seleção, acaba de vencer a Copa do Mundo e já demonstra sua qualidade há algum tempo. Também tivemos bons resultados e queremos muito conquistar o nosso primeiro título.

P. Onde você acha que pode estar a chave para a vitória?

R. Cada equipe tem seus pontos fortes. A Espanha gosta de ter a bola, de assumir a posse. Somos mais uma equipe de transição, de velocidade, de fisicalidade. Quem conseguir impor o seu estilo terá a vitória mais próxima. A final será decidida por pequenos detalhes.

P. É a primeira final de um torneio oficial da França. Você já falou muito sobre isso no vestiário?

R. Estamos cientes disso. Queremos escrever a história do nosso país e sabemos que na quarta-feira temos uma boa oportunidade. Teremos pela frente uma equipe muito boa e muito completa, mas nos sentimos preparados para vencer.

P. Excluindo as semifinais da Copa do Mundo de 2011, dos Jogos Olímpicos de 2012 e do Euro 2022, nos últimos sete grandes torneios que disputaram, caíram nas quartas de final.

R. Você aprende com todas as derrotas. Eles lhe dão experiência e ensinam os erros que você não deve cometer no futuro. Estou na seleção há muitos anos e cada derrota dói mais que a anterior. O da última Copa do Mundo (nas quartas de final contra a Austrália nos pênaltis) foi especialmente doloroso, mas superamos. Mudámos a forma como jogamos e como abordamos os jogos e queremos mudar o resultado. Vamos dar tudo de si pelo nosso primeiro título.

P. Você tem seis companheiros do Real Madrid na seleção espanhola. Você já teve contato com eles?

R. Sim! Na sexta-feira me correspondi com Olga, Teresa e Oihane. Parabenizamo-nos por termos chegado à final e combinamos de nos encontrar em Sevilha.

P. Eles já terão ‘informado’ que você entende tudo. Ele fala espanhol muito bem…

R. Oh sério? Vou contar para Olga e Tere! Eles são muito exigentes comigo e sempre que erro alguma palavra ou alguma coisa me repreendem (Risada).

P. Você acha que será mais difícil enfrentar alguém que te conhece bem?

R. Eu não diria isso. Vai ser um jogo difícil porque ambas as equipas possuem jogadores de grande qualidade e com grande experiência. Alguns de nós nos conhecemos porque treinamos juntos todos os dias, mas isso torna a rivalidade ainda mais bonita.

P. A título pessoal, como você está se sentindo?

R. Bom, muito bom. Esta temporada estou jogando muitos minutos pelo clube e espero que continue assim.

P. Seu contrato com o Real Madrid termina em 30 de junho. Você tem certeza sobre o futuro dele?

R. No momento não sei. A verdade é que estou focado em campo e depois veremos o que acontece nos próximos meses. Estou bem no clube, trabalhando bem, tentando contribuir o máximo possível, vamos ver o que acontece.

P. Neste verão vocês serão os anfitriões dos Jogos Olímpicos. Depois de ficar aquém em 2016 (era reserva), imagino que ele esteja ansioso para…

R. Sim, muitos, mas não estou pensando nisso agora. Estamos concentrados no jogo de quarta-feira e não queremos olhar mais longe. Queremos vencer a Liga das Nações e depois teremos tempo para nos prepararmos para o próximo evento.



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