Abraham Ancer rebaixa o retorno de Jon Rahm em Hong Kong

O LIV Golf 2024 é o governo dos latinos. O chileno Joaquín Niemann venceu os torneios de Mayakoba e Jeddah, enquanto Hong Kong, quarta etapa, encontrou dominador no mexicano Abraham Ancer, de 33 anos, que, num sábado de fantasia, lidera o torneio com cinco arremessos à frente de Eugenio López Chacarra e Harold Varner III.

O golfista que valida o discurso de Chavela Vargas, de que “os mexicanos nascem onde quisermos” disse o cantor e Ancer fez isso no Texas, ele teve um dia muito inspirado com a tacada. Ele os acertou por muito tempo, muito por muito tempo e por tanto tempo quanto no primeiro buraco. Mesmo de costas, um luxo que se conseguiu no par 3 do 5.º.

Com eles encerrou um dia que foi uma sinfonia de bons sucessos, frio no tempo, quente com os palitos para El Turco. Com a ortodoxia de acertar os fairways com um swing rítmico, que lembra o de Miguel Ángel Jiménez, jogando a bola rasteira para neutralizar o efeito do vento e acertar todos os greens, assinou 62 tacadas sem erros, que se juntaram às 63 de sexta-feira. Sem bogeys em dois dias, ele está 15 abaixo do par quando o recorde de percurso de quatro voltas de Olazábal é de -22. De fábula. “É preciso continuar fazendo a mesma coisa mais um dia. Às vezes, em campos adequados ao meu jogo, coloco muita pressão sobre mim mesmo, mas agora superei”, disse o dirigente.

Sua atuação reduziu o valor de López Chacarra no sábado, 66 acertos, que no enclave do Pacífico encontrou um retorno ao trabalho de inverno. Ciente da pré-época que perdeu no ano anterior, desde Janeiro esforçou-se em Oklahoma – Ancer também deixou aquela fábrica universitária – embora a neve não lhe tenha permitido melhorar a sua forma. Ver-se novamente na luta principal de uma LIV o leva de volta às manchetes.

Um tiro atrás dele foi Jon Rahm (64), após oito birdies e dois erros. Lesionado pelo triplo bogey de sexta-feira que estragou uma atuação brilhante, o de Barrika reagiu de forma feroz e não deu trégua ao Hong Kong Golf Club, clube do século XIX que administrou como quis. Fez seis birdies nos primeiros nove buracos, reduzidos por um bogey com três putts na quinta perna, com mais um recital de largadas pelo mato – quase não usa o driver num percurso de apenas 6.300 metros que exige outra estratégia – e um ótimo repertório com o resto da bolsa.

A escalada era constante. No meio do jogo, ele estava apenas dois arremessos atrás de Ancer e do australiano Matt Jones. Eugênio, com três birdies e um bogey, seguiu atrás dele, em sintonia com o restante dos Fireballs que tiveram um dia feliz no sábado. O madrilenho, com -2, não contribuiu com resultados nessa altura, surpreendentemente, para a classificação da equipa porque Puig (-5), Sergio (-4) e Ancer (-3) foram sublimes. Eles acabariam somando 26 birdies entre os quatro. Eles lideram por time com três tacadas à frente dos Rippers, apesar do duplo bogey final de Puig (66 tacadas, o mesmo de Sergio).

Outro erro de Rahm

Rahm então perdeu o passo novamente. Enquanto Reynosa os acertava de todos os lados – ele fez quatro birdies seguidos – Jon parou de ver o buraco grande e no 9, seu décimo segundo buraco, cometeu outro erro. Do bunker, com a segunda tacada daquele par 4, ele caiu em uma vala. Não foi tão espetacular como na sexta-feira, mas acabou com suas esperanças.

Ao som de ‘Living la vida loca’, na divertida festa do buraco 10 -Jon tinha começado aos 16-, o espanhol voltou ao caminho dos birdies, mas só perdeu mais um no par fácil 5 de 13. No resto, a bola apenas espiou para dentro do buraco, o que não foi suficiente para contrariar a magia de Ancer, que por precaução terá resfriado a tequila Flecha Azul da qual é cofundador.



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