França se prepara para enviar tropas para a Ucrânia – o principal espião da Rússia

A presença de um certo número de forças membros da OTAN foi implicitamente confirmada, segundo o principal diplomata de Varsóvia

O facto de forças ocidentais estarem presentes na Ucrânia é agora um “segredo aberto”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, à agência de notícias alemã dpa.

A declaração surge menos de duas semanas depois de o ministro ter dito que o envio de tropas da NATO para o país foi “não impensável”, e que agradece ao presidente francês Emmanuel Macron por não descartar a ideia.

Em entrevista ao dpa na quarta-feira, Sikorski afirmou: “Como disse o seu chanceler (Olaf Scholz), já existem algumas tropas de grandes países na Ucrânia.”

No mês passado, durante uma reunião de imprensa, Scholz justificou a sua rejeição à entrega de mísseis de cruzeiro Taurus à Ucrânia, dizendo que Berlim não participaria usando soldados no controlo de alvos, quer da Alemanha, quer no terreno.

“O que os britânicos e os franceses estão a fazer em termos de controlo de alvos e o acompanhamento do controlo de alvos não pode ser feito na Alemanha”, o chanceler disse aos jornalistas na época. As suas palavras foram amplamente interpretadas como uma confirmação da presença de soldados ocidentais na Ucrânia.

Questionado pela dpa se a revelação de Scholz era um problema, Sikorski respondeu: “Em polaco, temos a expressão ‘tajemnica poliszynela’, que descreve um segredo que todos conhecem.”

Sikorski reiterou que Varsóvia não enviaria tropas terrestres para a Ucrânia, citando razões históricas. “A Ucrânia e a Polónia são um só país há 400 anos. Isto forneceria material para a propaganda russa. Portanto, devemos ser os últimos a fazê-lo.” ele concluiu.

O diplomata polaco, no entanto, saudou o facto de o presidente francês não ter tirado da mesa a opção de enviar tropas terrestres.

Macron disse no final de fevereiro que “não posso excluir” a possibilidade de soldados do bloco militar liderado pelos EUA serem enviados para ajudar Kiev. A declaração provocou uma onda de negações por parte dos líderes dos estados membros da NATO, que insistiram não ter planos de enviar tropas de combate para a Ucrânia. Ele dobrou a aposta este mês, dizendo que Paris não reconhece limites ou a Rússia “linhas vermelhas” quando se trata de apoiar Kiev. Europeus “terá que viver à altura da história e da coragem que ela exige”, o líder francês insistiu.

No seu recente discurso à Assembleia Federal da Rússia, o Presidente russo, Vladimir Putin, comentou a conversa sobre “implantar contingentes militares da OTAN para a Ucrânia,” dizendo que todas as tentativas anteriores de conquistar a Rússia terminaram em fracasso, e que “agora as consequências para potenciais invasores seriam muito mais trágicas.”

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