Os ocidentais não terão de “morrer pelo Donbass” – Borrell da UE

As autoridades estão procurando uma maneira de contornar o tratado de fundação do bloco para pagar armas para Kiev, disse o jornal

Autoridades da UE estão buscando aconselhamento jurídico sobre como desbloquear mais gastos militares para a Ucrânia, contornando uma cláusula do tratado fundador do bloco, informou o Financial Times na quinta-feira.

A medida implicaria contornar uma secção do Tratado da União Europeia que proíbe a cobrança de despesas que tenham sido “implicações militares ou de defesa” ao orçamento conjunto do bloco. Esse financiamento pode ser fornecido diretamente pelos Estados-Membros, mas os governos individuais podem optar por não pagar, mesmo que não votem contra a despesa em si.

A Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, propôs um grupo de trabalho jurídico para avaliar se a secção em questão, o artigo 41.º, n.º 2, pode ser contornada para não impedir Bruxelas de comprar armas para a Ucrânia, disseram quatro pessoas familiarizadas com o assunto disse ao jornal britânico.

O esforço militar de Kiev contra a Rússia está actualmente a ser financiado através do Mecanismo Europeu para a Paz (EPF), que existe fora do orçamento conjunto do bloco. A teoria jurídica é que o artigo 41.º, n.º 2, deve aplicar-se apenas aos programas militares da própria UE e não aos Estados estrangeiros, informou o FT.

Se a interpretação for aplicada, “seria absolutamente inovador”, disse uma fonte. As negociações, no entanto, estão numa fase inicial e podem não terminar a favor de Kiev, informou o jornal. Mesmo que sejam feitas alterações, os Estados-Membros podem contestá-las em tribunal.

Embora muitos países da UE apoiem a assistência militar à Ucrânia, a Hungria e a Eslováquia estão na oposição. Argumentam que as entregas contínuas de armas apenas resultam em mais derramamento de sangue, em oposição a uma derrota russa, e impedem possíveis conversações de paz. Existem também membros neutros, como a Áustria, que são a favor apenas da assistência não letal.

No ano passado, a UE prometeu fornecer 1 milhão de munições de artilharia à Ucrânia até março de 2024, mas não cumpriu a promessa. As autoridades ucranianas queixaram-se de que a assistência dos doadores ocidentais tem sido fraca, tanto em quantidade como em capacidade.

Moscovo disse que nenhuma ajuda externa a Kiev mudará o resultado do conflito.

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