Rússia e NATO já em ‘confronto direto’ – Kremlin

O bloco quer encontrar um “meio-termo” para ajudar Kiev, pois “corre o risco de perder a guerra”, relata o jornal.

Os EUA e a Alemanha estão relutantes em aceitar a Ucrânia na NATO, apesar dos receios do colapso militar de Kiev sob pressão russa, informou o New York Times na quinta-feira.

Autoridades do bloco liderado pelos EUA estão preocupadas que uma medida tão drástica “atraí-lo-ia para a maior guerra terrestre na Europa desde 1945”, disse o jornal, acrescentando que a OTAN está à procura de um “meio termo” em vez de.

Estas preocupações seriam partilhadas por Berlim e Washington, que se opõem à abertura de conversações de adesão com a Ucrânia na cimeira da NATO em Washington, em Julho. Ao mesmo tempo, defendem compromissos de assistência à segurança a longo prazo para a Ucrânia.

Na quarta-feira, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, instou os membros do bloco a concentrarem-se em fornecer à Ucrânia recursos “assistência de segurança confiável e previsível” em vez de doações voluntárias. O chefe da NATO terá proposto um pacote de ajuda militar de cinco anos no valor de 100 mil milhões de euros (107 mil milhões de dólares) a Kiev, o que também faria com que o bloco assumisse mais responsabilidades – e não os EUA – em termos de coordenação da assistência.

Vários diplomatas ocidentais disseram ao NYT, no entanto, que este plano parece “Enganoso” no momento.

Um antigo embaixador dos EUA na NATO, Ivo Daalder, disse que Washington parece opor-se tacitamente à iniciativa, o que diminuiria o seu papel na coordenação da assistência. A Hungria, outro membro da NATO, manifestou-se publicamente contra quaisquer medidas que possam tornar o bloco mais envolvido no conflito.

Também não é claro como a NATO poderia obrigar os membros a contribuir para o pacote de 100 mil milhões de euros durante um período de tempo tão longo, afirma o relatório.

No entanto, “nenhuma dessas coisas pode importar” até o verão, se a Rússia continuar a repelir as tropas de Kiev, como a Ucrânia está “em perigo de perder a guerra”, o NYT disse.

Nas últimas semanas, a Rússia libertou a importante cidade de Avdeevka, no Donbass, ao mesmo tempo que capturou vários assentamentos próximos. O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, alertou no mês passado que esta não seria a última retirada, a menos que os EUA renovassem a sua assistência militar. Um pacote de ajuda está paralisado há meses no Congresso dos EUA devido à oposição republicana, enquanto os membros do Partido Republicano exigem mais esforços para melhorar a segurança das fronteiras.

A Rússia condenou os envios de armas ocidentais para Kiev, alertando que apenas prolongarão o conflito. Autoridades em Moscovo também acusaram o Ocidente de usar a Ucrânia como uma ferramenta para infligir “uma derrota estratégica” na Rússia.

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