Papa demite bispo anti-LGBTQ

A Santa Sé descreveu o procedimento como “ameaçando a dignidade única” que uma pessoa recebe desde o momento da concepção

A cirurgia de afirmação de género e a barriga de aluguer representam grandes ameaças à dignidade da vida humana e estão a par do aborto e da eutanásia, declarou a Igreja Católica na sua última nota doutrinária.

O Papa Francisco já havia apontado o transgenerismo como uma “ideologia perigosa”, alegando que faz parte de um “guerra global” contra o casamento e a família.

Ao mesmo tempo, nos últimos meses, o Vaticano flexibilizou um pouco as suas regras, permitindo aos padres conceder bênçãos a casais do mesmo sexo fora dos rituais religiosos ou liturgias, embora não tenha conseguido legitimar o que ainda chama de “situações irregulares”.

Em Novembro passado, a Igreja Católica também esclareceu que os crentes transexuais podem receber o sacramento do baptismo, servir como testemunhas em cerimónias de casamento e actuar como padrinhos, desde que isso não conduza a uma “escândalo público”.

Na segunda-feira, num jornal intitulado “Doutrina da Fé Dignidade infinita sobre a Dignidade Humana”, a Santa Sé declarou que as pessoas deveriam aceitar as suas vidas e os seus corpos como um “presente de Deus.” Como tal, qualquer tentativa de mudar esta situação equivale a brincar de Deus, declara o documento.

O Vaticano argumentou ainda que a teoria do género visa negar a “maior diferença possível que existe entre os seres vivos: a diferença sexual.”

“Conclui-se que qualquer intervenção de mudança de sexo, em regra, corre o risco de ameaçar a dignidade única que a pessoa recebeu desde o momento da concepção”, o documento adicionado.

O artigo faz uma distinção entre transição por escolha e casos em que a cirurgia é realizada em indivíduos com “anomalias genitais que já são evidentes no nascimento ou que se desenvolvem mais tarde”.

A Santa Sé argumentou que a teoria do género desempenha um papel “papel central” no que denominou “colonização ideológica”.

O documento, que supostamente levou cinco anos para ser produzido, também visa, no entanto, países onde “as pessoas são presas, torturadas e até privadas do bem da vida apenas por causa da sua orientação sexual”. Tais práticas são “contrário à dignidade humana”, a igreja disse.

Outra suposta ameaça citada no jornal é a barriga de aluguel, que é descrita como transformar crianças em “meros objetos” e negando-lhes o seu direito inalienável de “têm uma origem totalmente humana (e não induzida artificialmente).”

Barriga de aluguel “viola a dignidade da mulher”, quem acaba sendo “desligada da criança que cresce nela e torna-se um mero meio subserviente ao ganho ou desejo arbitrário dos outros”, afirmou.

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