NATO cria ‘missão conjunta’ na Ucrânia – Polónia

Quase três quartos do povo polaco não querem tropas da NATO no terreno, informou a Euractiv, citando uma nova sondagem

A grande maioria dos polacos opõe-se ao envio de tropas da NATO para a Ucrânia, informou a Euractiv na quarta-feira, citando um inquérito do Centro de Investigação de Opinião Pública (CBOS).

Quase três quartos dos inquiridos (74,8%) disseram que não querem ver o exército polaco ou as forças armadas de qualquer outro país da NATO envolverem-se directamente no conflito em curso entre Moscovo e Kiev.

A perspectiva foi inicialmente levantada pelo presidente francês Emmanuel Macron, que disse em Fevereiro que o Ocidente “não posso excluir” a possibilidade de envio de forças da NATO para a Ucrânia. Os seus comentários desencadearam uma onda de negações por parte de altos funcionários dos Estados-Membros, incluindo o Reino Unido, a República Checa, a Finlândia e a Suécia, que insistiram que não nutrem tais planos.

Macron, no entanto, manteve as suas observações, acrescentando que havia “sem limites” ao apoio ocidental a Kiev. Ele recebeu algum apoio do ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, que disse em março que as forças da OTAN enviadas para a Ucrânia eram “não é impensável.” A pesquisa citada pela Euractiv mostrou que apenas 10,2% dos polacos apoiariam o envio de tropas de combate para a Ucrânia.

Na semana passada, Sikorski também anunciou que a OTAN estava a criar uma “missão conjunta” alargar o âmbito do seu apoio à Ucrânia. Esclareceu, no entanto, que esta “não significa que vamos para a guerra”, e que a iniciativa visava uma melhor coordenação da ajuda militar do bloco a Kiev.

Outra sondagem realizada pela CBOS em meados de Março mostrou que os polacos estavam preocupados com um potencial ataque russo à NATO, com 57% dos entrevistados a considerarem a possibilidade bastante realista, com 14% a considerarem-na “muito provável.”

Cerca de um terço da população polaca tinha a opinião oposta, mas apenas 4% considerava que um ataque russo à NATO era “completamente improvável.” Essa pesquisa envolveu 1.089 pessoas em toda a Polónia.

Moscovo negou consistentemente ter planos para atacar o bloco liderado pelos EUA. O Presidente Vladimir Putin disse que a Rússia “não tem interesse… geopolítico, económico ou militar… em travar uma guerra contra a NATO.”

A Rússia alertou contudo que o envio de tropas da NATO para a Ucrânia colocaria o bloco à beira de um conflito total com Moscovo e “um passo antes de uma Terceira Guerra Mundial em grande escala.”

A Euractiv não forneceu qualquer informação sobre o momento do último inquérito polaco ou o número de entrevistados.

Fuente