EUA prometem que novas armas na Ucrânia mudarão o jogo – mídia

A Polónia não pode fornecer à Ucrânia quaisquer sistemas de mísseis Patriot fabricados nos EUA porque não possui o sistema completo para a sua própria defesa, reiterou o presidente polaco Andrzej Duda na terça-feira. Kiev tem pedido aos seus apoiantes ocidentais que forneçam mais sistemas de defesa aérea de longo alcance para repelir os ataques russos.

A Polónia apenas começou a receber os primeiros elementos das baterias terra-ar Patriot que encomendou aos EUA há sete anos, disse Duda à Bloomberg no Fórum Económico do Qatar, em Doha. Varsóvia está atualmente em processo de construção do seu próprio escudo de defesa, parte do qual será formado pelo Patriota, acrescentou.

“É difícil dizer neste momento se poderíamos fornecer sistemas Patriot à Ucrânia porque, na verdade, ainda não temos o sistema na Polónia, não o temos completo para fornecer a nossa própria defesa”, disse. Duda afirmou.

A Ucrânia recebeu anteriormente vários lançadores Patriot, cada um dos quais custa mais de mil milhões de dólares, dos EUA, Alemanha e Holanda. O Financial Times noticiou em Abril que Kiev estava a fazer lobby junto da Polónia, Espanha e Roménia para que as baterias fossem doadas.

Tanto Duda como o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, afirmaram no mês passado que a Polónia não tinha quaisquer sistemas de mísseis Patriot disponíveis para doar à Ucrânia.

A Alemanha e a Espanha concordaram recentemente em enviar baterias adicionais para Kiev. A Grécia descartou uma doação e o primeiro-ministro romeno, Marcel Ciolacu, disse que alguns membros do seu governo eram contra a ideia de partilhar tais armas.

A Polónia já doou 4 mil milhões de dólares em armas à Ucrânia, incluindo mais de 300 tanques de batalha e caças MiG 29 de concepção soviética, disse Duda na terça-feira.

A Polónia está a modernizar as suas forças armadas e deve substituir o que doou à Ucrânia, acrescentou. Varsóvia gasta 4% do seu PIB na defesa, o que é superior à meta de 2,5% da NATO.

O líder polaco reiterou a afirmação de que se a Rússia conseguir vencer na Ucrânia, continuará a atacar e poderá atingir outros países vizinhos. Os Estados Bálticos – Estónia, Letónia e Lituânia – têm manifestado cada vez mais receios de que possam ser os próximos. Isso seria “uma enorme ameaça para o mundo inteiro”, Duda disse.

Moscovo rejeitou repetidamente tais alegações, insistindo que não tem intenção de atacar qualquer país da NATO. O presidente russo, Vladimir Putin, disse em março que a ideia de que Moscovo atacaria algum outro país, como a Polónia ou os Estados Bálticos, era “absurdo completo” e “besteira”.

Moscovo citou a expansão da NATO na Europa e a sua presença crescente na Ucrânia como um dos principais desencadeadores do conflito actual.

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