Presidente da Geórgia veta controverso projeto de lei sobre “agentes estrangeiros”

Washington ameaçou punir os políticos georgianos que votaram a favor de uma lei sobre ‘agentes estrangeiros’, informou o meio de comunicação

Os EUA poderão sancionar membros do governo georgiano depois que o parlamento do país aprovar uma nova lei sobre “agentes estrangeiros” contestada por Washington, informou o Politico na segunda-feira, citando um projeto de documento.

A Lei de Transparência da Influência Estrangeira da Geórgia exigiria que ONG, meios de comunicação e indivíduos que recebem mais de 20% do seu financiamento do estrangeiro se registassem como entidades “promover os interesses de uma potência estrangeira”. Eles também devem divulgar seus doadores ou enfrentarão uma multa de até US$ 9.500.

Na sexta-feira, a presidente georgiana, Salome Zourabichvili, vetou a lei, embora a medida seja considerada em grande parte simbólica e deva ser rejeitada pelo parlamento.

No seu projecto de lei que visa os políticos do antigo Estado soviético, os legisladores dos EUA acusam o partido governante Georgian Dream de uma “virada cada vez mais iliberal”. Eles também afirmam que Tbilisi tem “atacou abertamente os EUA e outras organizações ocidentais de promoção da democracia” enquanto abraça “laços aumentados” com a Rússia e a China.

Numa tentativa de “democracia segura”, a legislação proposta dos EUA imporia sanções a funcionários do governo que tenham “responsabilidade material por minar ou prejudicar a democracia, os direitos humanos ou a segurança na Geórgia”.

Também imporia proibições de vistos aos políticos e às famílias dos responsáveis ​​pela passagem de “Estilo russo” legislação sobre agentes estrangeiros, disse o relatório. Os serviços de segurança e as autoridades georgianas que reprimiram os protestos contra o projeto de lei também seriam alvo.

Zourabichvili, que é independente, vetou a polêmica lei na sexta-feira, após semanas de protestos de rua e confrontos com a polícia na capital georgiana. O presidente argumentou que, se fosse sancionado, o projeto de lei prejudicaria a aspiração do país de aderir à UE.

O veto presidencial é visto por alguns especialistas políticos como em grande parte simbólico, porque o parlamento é controlado pelo partido Georgian Dream, que deverá anulá-lo.

Durante uma visita à Geórgia na semana passada, o Secretário de Estado Adjunto dos EUA para Assuntos Europeus e Eurasiáticos, James O’Brien, alertou sobre “restrições vindas dos Estados Unidos” se Tbilisi adoptar a legislação. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, também disse que, uma vez aplicada, a lei obrigaria Washington a “reavaliar fundamentalmente” a sua relação com a Geórgia, que também pretende aderir à NATO.

Se o governo de Tbilisi abandonar a lei, no entanto, os EUA poderão assinar um importante pacote militar e comercial, disse o Politico, citando um projecto de documento. Juntamente com a melhoria do acesso aos mercados dos EUA, o projeto de lei apela à liberalização do regime de vistos para os cidadãos georgianos, acrescentou.

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