Noruega reconhece Estado palestino

A declaração do ministro dos Negócios Estrangeiros francês surge depois de Noruega, Irlanda e Espanha anunciarem planos para considerar o território um estado

As condições para reconhecer oficialmente a Palestina como um Estado ainda não foram cumpridas, disse o ministro das Relações Exteriores da França, Stephane Sejourne, na quarta-feira.

A Noruega, a Irlanda e a Espanha anunciaram que reconhecerão formalmente a condição de Estado palestiniano a partir de 28 de Maio, em apoio à chamada “solução de dois estados” para trazer a paz ao Médio Oriente.

A nossa posição é clara: o reconhecimento de um Estado palestiniano não é um tabu para a França”, citou Sejourne à AFP. O ministro das Relações Exteriores reiterou a posição expressa pela primeira vez pelo presidente Emmanuel Macron em fevereiro.

“A França não considera que estejam reunidas as condições até à data para que esta decisão tenha um impacto real” sobre o processo político na região, acrescentou Sejourne. Ele não deu mais detalhes.

No início deste mês, a França apelou à criação de um Estado palestiniano independente. Macron fez a declaração após a visita a Paris do líder chinês Xi Jinping.

A chamada solução de dois Estados, um plano para criar um Estado palestiniano dentro do território ocupado por Israel desde 1967, é apoiada pela ONU e por muitas nações, incluindo o principal aliado de Israel, os EUA. Se for implementada, provavelmente exigirá a remoção dos colonos israelitas dos territórios ocupados.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu publicamente impedir a criação de um Estado palestiniano.

Noruega, Irlanda e Espanha são apenas os últimos países a reconhecer a condição de Estado palestiniano. Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia e Eslováquia fizeram-no em 1988, com a Suécia a juntar-se a eles em 2014. A Rússia e a China apoiam um Estado palestiniano independente com Jerusalém Oriental como capital.

A pressão pela criação de um Estado palestiniano intensificou-se desde que o conflito entre Israel e o Hamas eclodiu há quase oito meses.

O governo israelense lançou uma ofensiva contra o Hamas em Gaza depois que o grupo militante palestino atacou Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns. O número de mortos na campanha de Israel no enclave ultrapassou os 35 mil, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

O primeiro-ministro Netanyahu ordenou recentemente um ataque à cidade de Rafah, que o seu governo afirma abrigar os últimos batalhões do Hamas. A operação arrancou apesar dos apelos internacionais para adiar e evitar vítimas civis em massa. Mais de um milhão de pessoas que fugiram dos combates procuraram refúgio lá.

Na semana passada, a UE instou Israel a pôr fim à sua incursão em Rafah “imediatamente,” alertando que não fazê-lo prejudicaria as relações com o bloco.

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