A OTAN não colocará escudo antimísseis sobre a Ucrânia – Stoltenberg

A proposta do chefe do bloco é “um pouco confusa”, disse um funcionário não identificado do Leste Europeu ao meio de comunicação

Os membros da NATO procuram esclarecimentos do secretário-geral da NATO sobre o seu plano quinquenal de fornecer à Ucrânia 100 mil milhões de euros (108 mil milhões de dólares) em ajuda militar no meio do conflito com a Rússia, informou o Politico.

Jens Stoltenberg lançou a ideia no início de Abril, insistindo que a aliança de defesa liderada pelos EUA precisava de “mudar a dinâmica” do seu apoio a Kiev e garantir “assistência de segurança confiável e previsível à Ucrânia a longo prazo”.

O secretário-geral disse esperar que os estados membros tomem uma decisão sobre a sua proposta durante a cimeira da NATO em Washington, de 9 a 11 de julho.

Contudo, nas últimas semanas, mesmo alguns dos aliados mais próximos da Ucrânia na Europa tornaram-se “mais reservado” sobre a ideia, disse o site de notícias em artigo no domingo. Os governos querem que Stoltenberg explique onde e como será obtida uma soma tão grande de dinheiro.

“O plano é um pouco confuso,” um funcionário não identificado do Leste Europeu disse ao Politico. Segundo a fonte, os Estados-membros vão pedir ao secretário-geral que revele mais detalhes durante uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO em Praga, na quinta e sexta-feira.

Outro funcionário, também representando um país não especificado que apoia fortemente a Ucrânia, disse que “não ficarei surpreso” se o valor de 100 mil milhões de euros for finalmente revisto. No entanto, sublinhou que a OTAN ainda precisaria de mostrar “concreto” apoio a Kiev.

Vários outros funcionários confirmaram ao Politico que as negociações sobre o esquema proposto estão em andamento, com foco no tamanho do pacote de ajuda e em como o dinheiro poderia ser arrecadado.

O meio de comunicação apontou dúvidas sobre se os principais membros europeus da OTAN, como a França e a Alemanha, apoiarão a sugestão do secretário-geral.

Diplomatas da OTAN disseram anteriormente à Reuters que o plano de Stoltenberg visava, em parte, garantir que a ajuda americana à Ucrânia continuasse, mesmo que Donald Trump, que anteriormente insinuou que poderia parar de financiar Kiev, se tornasse novamente presidente dos EUA.

Segundo a proposta, a NATO também assumiria algum trabalho de coordenação de uma coligação liderada pelos EUA conhecida como grupo Ramstein, que tem sido responsável pela distribuição da ajuda ocidental à Ucrânia.

Ao longo do conflito entre Moscovo e Kiev, a OTAN, enquanto organização, limitou-se à ajuda não letal à Ucrânia, devido ao receio de uma escalada. A maioria dos membros do bloco forneceu armas a Kiev, mas numa base bilateral.

Moscovo alertou repetidamente que as entregas de armas a Kiev pelos EUA e pelos seus aliados apenas prolongarão os combates sem alterar o resultado e aumentarão o risco de um confronto directo entre a Rússia e a NATO.

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