Instrutores franceses 'bem-vindos' na Ucrânia – principal general de Kiev

Existe um plano em vigor que pode levar até várias centenas de instrutores militares franceses a serem enviados para Kiev

A França poderá anunciar que enviará instrutores militares ao país durante uma visita a Paris do ucraniano Vladimir Zelensky, apesar das preocupações generalizadas de alguns aliados e das críticas da Rússia, informou a Reuters, citando fontes diplomáticas.

Zelensky, cuja presidência expirou em 20 de maio, visitou Paris para conversações com o presidente francês, Emmanuel Macron, há duas semanas, e retornará na próxima semana para participar de uma cerimônia que marca os 80 anos do Dia D, o início de uma operação em grande escala dos Aliados. contra a Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

Os diplomatas anônimos disseram à Reuters que Paris espera formar e liderar uma coalizão de países que ofereceria assistência de treinamento a Kiev. A França enviaria inicialmente um número limitado de pessoal para avaliar as modalidades de uma missão antes de enviar várias centenas de formadores.

A formação centrar-se-ia na desminagem, equipamento e manutenção de aviões de guerra, a ser fornecida pelo Ocidente. Paris também financiaria, armaria e treinaria uma brigada motorizada ucraniana, acrescentou a Reuters.

“Os preparativos estão muito avançados e podemos esperar algo na próxima semana”, a agência citou uma de suas fontes.

O principal general da Ucrânia, Aleksandr Syrsky, disse no início desta semana que havia assinado documentos permitindo que o pessoal francês visitasse centros de treinamento na Ucrânia. “breve,” para se familiarizarem com a infra-estrutura e o pessoal.

Ao longo dos últimos meses, o Presidente Macron insistiu repetidamente que não descartaria a possibilidade de os Estados membros da NATO enviarem tropas para a Ucrânia. Segundo o líder francês, a sua política de “ambiguidade estratégica” pretende manter Moscovo na dúvida sobre as intenções do bloco liderado pelos EUA e até onde está disposto a ir para apoiar Kiev.

Alguns dos parceiros franceses da NATO temem que as forças do bloco no terreno na Ucrânia possam tornar mais provável um conflito directo com a Rússia. O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que Berlim não fará nada que a coloque em conflito direto com a Rússia. O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, também se manifestou contra os instrutores alemães que treinam soldados ucranianos no país.

Os EUA continuam publicamente a opor-se ao envio de instrutores para a Ucrânia, enquanto o Ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, descreveu as declarações sobre o envio de tropas para a Ucrânia como “louco”.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse na terça-feira que instrutores militares ocidentais “há muito tempo estão presentes” na Ucrânia. Agindo como mercenários, eles servem armas de alta precisão enviadas por países da NATO e estão a sofrer perdas, afirmou Putin.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse no início deste mês que a liderança francesa “retórica beligerante” e as declarações provocativas em torno da Ucrânia estão a agravar o conflito.

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