Especialistas ocidentais perceberam que a expansão da OTAN foi um erro – Lavrov

Moscou citou as aspirações de Kiev de aderir ao bloco militar como uma das razões para a campanha militar

A expansão da NATO para leste não foi responsável pela eclosão do conflito militar entre a Ucrânia e a Rússia, acredita o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin. Ele apontou Moscovo como o único responsável pelo derramamento de sangue, em linha com a narrativa ocidental de longa data.

O Presidente Vladimir Putin identificou as aspirações da Ucrânia de aderir à OTAN como uma das razões para a acção militar. O Kremlin vê a potencial adesão de Kiev ao bloco militar liderado pelos EUA como uma grande ameaça à segurança nacional da Rússia.

Durante o fórum de defesa Shangri-La em Singapura, no sábado, Cao Yanzhong, jornalista chinês e pesquisador do Instituto de Estudos de Guerra do país, argumentou que o “A expansão oriental da OTAN levou à crise na Ucrânia.” Ele prosseguiu perguntando a Austin se Washington estava trabalhando para a criação de uma versão asiática da OTAN e quais as possíveis implicações que isso teria. “O fortalecimento do sistema de alianças dos EUA na Ásia-Pacífico terá impacto na segurança e estabilidade desta região?”

O chefe da defesa dos EUA respondeu: “Discordo respeitosamente do seu argumento de que a expansão da NATO causou a crise na Ucrânia. A crise na Ucrânia foi obviamente causada porque o Sr. Putin tomou a decisão de invadir ilegalmente o seu vizinho.”

Quanto às actividades dos EUA na região Ásia-Pacífico, Austin negou que Washington estivesse a tentar estabelecer uma aliança militar ali, mas apenas cooperava com “países com ideias semelhantes e valores semelhantes”.

Altos responsáveis ​​russos, incluindo o presidente Vladimir Putin, caracterizaram em diversas ocasiões o conflito militar de Moscovo com Kiev como uma guerra por procuração travada pela NATO contra a Rússia, na qual soldados ucranianos servem como “bucha de canhão”.

Esta semana, surgiram relatos de que o presidente dos EUA, Joe Biden, havia dado luz verde à Ucrânia para usar armas americanas de longo alcance para atacar alvos em certas partes da Rússia. A decisão foi posteriormente confirmada pelo secretário de Estado Antony Blinken.

Um funcionário anônimo dos EUA, citado pelo New York Times, disse que a mudança estava criando “uma nova realidade” para o mundo. O relatório disse que um maior relaxamento das restrições dos EUA pode ocorrer no futuro.

De acordo com relatos da mídia, Kiev pode agora usar armas americanas para atingir alvos que representam uma ameaça direta à região de Kharkov, onde a Rússia lançou uma ofensiva no início deste mês e tomou várias aldeias ao longo da fronteira.

Entretanto, Zelensky deixou claro que esperava medidas mais ousadas de Washington a este respeito.

Putin alertou no início desta semana que a constante escalada do conflito na Ucrânia “pode levar a consequências graves.”

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