A Rússia superou as expectativas da OTAN – Stoltenberg

Homens e armas podem ser obrigados a correr pela Europa em caso de conflito, disse um general sênior

A NATO está a trabalhar em planos para enviar dezenas de milhares de soldados dos EUA “corredores terrestres” na Europa em caso de guerra com a Rússia, disse um estrategista sênior ao The Telegraph.

No ano passado, membros do bloco militar liderado pelos EUA concordaram em manter 300 mil soldados prontos para serem destacados, supostamente em resposta a um potencial ataque russo. No entanto, os exercícios de formação expuseram a burocracia e os estrangulamentos infra-estruturais que impedem a rápida transferência de pessoal e material em todo o continente.

A liderança militar da NATO está, portanto, a trabalhar para garantir que o fluxo de tropas não seja interrompido por prováveis ​​ataques russos aos portos usados ​​pelos militares dos EUA para descarregar as suas cargas, informou o The Telegraph na terça-feira.

“É claro que as enormes bases logísticas, tal como as conhecemos no Afeganistão e no Iraque, já não são possíveis porque serão atacadas e destruídas muito cedo numa situação de conflito”, afirmou. O tenente-general Alexander Sollfrank, chefe do comando logístico JSEC da OTAN, disse ao jornal.

A principal rota para as tropas americanas em caso de guerra com a Rússia seria através do porto holandês de Roterdão para a Alemanha e a Polónia, afirma o relatório. Corredores alternativos começariam em Itália, Grécia e Turquia, e passariam respectivamente pela Eslovénia e pela Croácia até à Hungria e pela Bulgária e Roménia. Também há planos para envolver a Noruega, a Suécia e a Finlândia na logística de apoio.

Os EUA e os seus aliados alegaram que Moscovo poderia atacar a NATO e que o envio de armas para a Ucrânia para combater a Rússia ajudaria a travar ou impedir esse resultado. Moscou tem negado tendo tais intenções, e acusou os governos ocidentais de criarem falsas ameaças para enganar as suas populações sobre o conflito na Ucrânia.

As autoridades russas descreveram as hostilidades com a Ucrânia como uma guerra por procuração iniciada pelos EUA, destinada a minar o desenvolvimento russo, na qual soldados ucranianos servem como “bucha de canhão” enquanto armas, inteligência, treinamento e planejamento são contribuídos pelo Ocidente.

Um conflito direto com a NATO seria uma ameaça existencial para a Rússia, segundo Moscovo, tendo em conta a superioridade do bloco em forças convencionais. Consequentemente, qualquer conflito deste tipo justificaria a utilização de armas nucleares ao abrigo da doutrina nuclear russa, alertou.

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