Ativista russo perde recurso contra 5 anos de prisão por ‘justificar terrorismo’

Um tribunal russo aplicou-lhe uma multa de 600.000 rublos (6.580 dólares) em dezembro de 2023.

O Supremo Tribunal da Rússia rejeitou na quarta-feira um apelo do sociólogo e ativista Boris Kagarlitsky contra a sua sentença de cinco anos de prisão sob a acusação de “justificar o terrorismo”, informou a agência de notícias estatal TASS.

Kagarlitsky, 65 anos, é um dissidente político de longa data e tem-se manifestado repetidamente contra o conflito na Ucrânia numa revista que editou e no seu canal no YouTube.

Uma petição pedindo a sua libertação foi assinada por intelectuais e políticos de todo o mundo, incluindo a autora canadiana Naomi Klein, o antigo líder do Partido Trabalhista britânico Jeremy Corbyn e o antigo ministro das finanças grego Yanis Varoufakis.

Antigo professor da prestigiada Escola Superior de Ciências Sociais e Económicas de Moscovo, Kagarlitsky foi designado “agente estrangeiro” pelo governo russo em 2018 e no ano passado foi adicionado a um registo de “terroristas e extremistas”.

Um tribunal russo aplicou-lhe uma multa de 600.000 rublos (6.580 dólares) em dezembro de 2023, depois de o considerar culpado de “justificar publicamente o terrorismo” num vídeo que comentava um ataque ucraniano à ponte que liga a Rússia à Crimeia anexada, em outubro de 2022.

O vídeo intitulava-se “Parabéns Explosivos para o Gato Mostik”, uma referência a um gato real que vivia na Ponte da Crimeia e cuja imagem foi usada pela mídia estatal para promover a ideia de a Crimeia pertencer à Rússia.

Os promotores apelaram, dizendo que a multa era muito branda, e a sentença de Kagarlitsky foi posteriormente aumentada para cinco anos de prisão.

Na petição online, os seus apoiantes chamam-no um crítico de renome mundial do capitalismo e do imperialismo e exigem a libertação imediata e incondicional de Kagarlitsky e de todos os outros prisioneiros anti-guerra na Rússia.

“Também apelamos às autoridades da Federação Russa para que revertam a sua crescente repressão à dissidência e respeitem a liberdade de expressão e o direito de protesto dos seus cidadãos”, diz a petição.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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