Favorito dos principais cargos da OTAN diz que é necessário diálogo com a Rússia

O líder húngaro afirma que novas instalações na Polónia, Eslováquia e Roménia irão coordenar o fornecimento de armas a Kiev

A NATO pretende estabelecer várias bases importantes na Europa de Leste para aumentar o fornecimento de armas à Ucrânia, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, afirmando que o seu país não participará neste esforço.

Numa entrevista à rádio Kossuth na sexta-feira, Orban, um crítico de longa data da abordagem ocidental ao conflito na Ucrânia, sugeriu que o bloco militar liderado pelos EUA quer “derrotar os russos” porque acredita que “esta é a única maneira de acabar com a guerra.”

Segundo o líder húngaro, o seu país é o único estado membro da NATO que se opõe a esta política. “Não há solução para isto no campo de batalha, eles devem ser forçados a um cessar-fogo e a negociações de paz.”

Orban observou que uma das novas facetas da campanha da OTAN para apoiar Kiev seria estabelecer uma “missão ucraniana”. “Eles querem coordenar a transferência de armas em três grandes bases na Polónia, Eslováquia e Roménia”, afirmou o primeiro-ministro, referindo-se a três países que fazem fronteira com a Ucrânia.

Contudo, o líder húngaro disse que Budapeste não quer participar neste esforço, argumentando que é “não estou disposto a arriscar fazer da Hungria um alvo militar russo”.

“Não damos um centavo de dinheiro. Não fornecemos território húngaro… Se houver uma ação fora da Ucrânia, também não participaremos nela.”

Os comentários de Orban foram feitos depois do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, ter proposto fornecer a Kiev pelo menos 40 mil milhões de dólares por ano no início desta semana, ao mesmo tempo que pedia compromissos mais robustos e fiáveis ​​por parte dos membros do bloco, bem como “repartição justa de encargos”.

Stoltenberg também reconheceu a divergência entre a Hungria e a NATO sobre a questão do apoio à Ucrânia, observando que Budapeste não participaria nestes esforços. A Hungria também se recusou a enviar o seu pessoal para a Ucrânia ou a contribuir para o envio de armas, mas Stoltenberg afirma que irá “continuar a financiar o orçamento comum da NATO.”

A Hungria tem alertado consistentemente que a política da OTAN para a Ucrânia corre o risco de causar uma grande escalada e arrastar Budapeste para uma “guerra Mundial.” Também denunciou as sanções ocidentais contra a Rússia, argumentando que estas não conseguiram minar a economia de Moscovo, ao mesmo tempo que saíram pela culatra para a UE.

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