Milhares marcham na França contra a extrema direita antes das eleições parlamentares

Pelo menos 150 marchas eram esperadas em cidades como Marselha, Toulouse, Lyon e Lille.

Paris:

Milhares de pessoas marcharam em Paris e em cidades de toda a França no sábado para protestar contra o Rally Nacional (RN) de extrema direita antes das próximas eleições para o parlamento francês.

Após o aumento do RN nas eleições europeias do passado domingo, a polícia disse que 350 mil pessoas deveriam marchar e 21 mil agentes foram mobilizados depois de sindicatos, grupos estudantis e grupos de direitos humanos terem convocado manifestações para se oporem ao partido eurocético anti-imigração.

Pelo menos 150 marchas eram esperadas em cidades como Marselha, Toulouse, Lyon e Lille.

Em Paris, onde a polícia disse que compareceram 75 mil pessoas, uma marcha começou às 12h GMT da Place de La Republique, no leste, passando pela praça da Bastilha até Nation.

Segundo o sindicato CGT, citado pela BFM TV, 250 mil marcharam em Paris e 640 mil no total em todo o país. A polícia disse ter prendido sete pessoas em Paris. A polícia disse que houve 217 mil manifestantes em toda a França.

Falando na Place de La Republique, a líder sindical de extrema esquerda da CGT, Sophie Binet, disse aos repórteres: “Estamos marchando porque estamos extremamente preocupados que (o chefe do RN) Jordan Bardella possa se tornar o próximo primeiro-ministro… Queremos evitar este desastre”. .”

Carol-Ann Juste, uma estudante de 22 anos que participou na marcha de Paris, disse que foi a primeira vez que participou num protesto. Ela disse estar “preocupada porque as pessoas acreditam nas mentiras deste partido que tem uma herança verdadeiramente racista”, uma referência à Frente Nacional, precursora do RN, cujo líder Jean-Marie Le Pen foi multado por comentários vistos como anti- Semítico ou xenófobo.

Juste disse que queria “lutar para preservar um país de direitos humanos, liberdade e tolerância”.

PRÓXIMO GOVERNO

Na mesma marcha, Cecilia Lormeau, uma professora de 34 anos que disse que pretende votar na Frente Popular, uma aliança de partidos de esquerda, disse: “É importante mostrar que estamos mobilizados e que o RN não está a maioria do povo.”

O presidente Emmanuel Macron convocou eleições legislativas antecipadas, a serem realizadas em dois turnos em 30 de junho e 7 de julho, depois que sua aliança centrista foi derrotada pelo RN na votação do Parlamento Europeu no último domingo.

Uma primeira série de pesquisas de opinião projetou que o RN poderia vencer as eleições e estar em condições de formar o próximo governo.

Uma pesquisa OpinionWay-Vae Solis realizada para Les Echos e Radio Classique, publicada no sábado, previa que o RN lideraria no primeiro turno das eleições parlamentares com 33% dos votos, à frente da Frente Popular com 25%.

O campo centrista de Macron estava em 20%.

Pelo menos duas sondagens colocaram a esquerda não muito atrás do RN e à frente do grupo de Macron.

Em Tours, no oeste de França, onde centenas de manifestantes participavam numa marcha, uma faixa dizia: “Pelas liberdades, pelos direitos, por uma república social e democrática, contra as ideias da extrema-direita e contra o racismo”.

Várias faixas diziam: “os jovens odeiam o FN (antigo nome do RN), enquanto um aposentado carregava uma faixa que dizia: “Os velhos também odeiam o RN”.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

Fuente