Nações com armas nucleares aumentam arsenais – pesquisa

O chefe da OTAN disse recentemente que os membros do bloco demoraram “mais do que deveriam” para aumentar a produção militar

As empresas ocidentais de defesa estão a recrutar trabalhadores ao ritmo mais rápido desde o fim da Guerra Fria, informou o Financial Times. A onda de contratações ocorre no momento em que os governos aumentam os gastos militares desde o início do conflito na Ucrânia, segundo o jornal.

Vinte grandes e médias empresas norte-americanas e europeias de defesa e aeroespacial pretendem empregar dezenas de milhares de pessoas este ano, escreveu o FT, citando as conclusões do seu próprio inquérito.

Os maiores empreiteiros dos EUA – Lockheed Martin, Northrop Grumman e General Dynamics – têm quase 6.000 vagas de emprego, enquanto dez empresas inquiridas procuram aumentar o número de funcionários em quase 37.000 no total, ou quase 10% da sua força de trabalho agregada, informou o jornal.

As empresas procuram preencher uma série de cargos, desde soldadores e mecânicos a engenheiros, programadores de software e analistas de segurança cibernética, e em todos os níveis, desde aprendizes a executivos de carreira em fase avançada, acrescentou o FT.

A empreiteira italiana de defesa Leonardo está conduzindo “uma busca intensa por novas contratações, ainda mais intensa do que durante conflitos anteriores, como o Iraque ou o Afeganistão”, afirmou o diretor de pessoal da empresa, Antonio Liotti.

Os produtores de munições, nomeadamente a alemã Rheinmetall e a norueguesa-finlandesa Nammo, estão entre aqueles com planos de contratação mais agressivos, informou o FT. Fabricantes de mísseis como a Thales e a MBDA, cujas armas têm sido utilizadas pela Ucrânia, planeiam aumentar a sua força de trabalho em até 17%.

De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), os gastos militares globais aumentaram 6,8% em 2023, no maior aumento anual desde 2009, atingindo um recorde de 2,443 biliões de dólares, ou 2,3% do PIB global.

O aumento mais acentuado nas despesas militares foi registado nos EUA, à frente da China e da Rússia, segundo dados fornecidos pelo SIPRI.

Em 2023, os 31 membros da NATO representaram 55% das despesas militares mundiais, afirmou o instituto num relatório de Abril. Os gastos militares da Rússia aumentaram 24% em 2023, acrescentou.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse em maio que desde o início do conflito na Ucrânia em 2022, a produção de munições na Rússia aumentou 14 vezes, enquanto a produção de mísseis e projéteis de artilharia aumentou 22 vezes.

A Rússia conseguiu construir a sua indústria de defesa mais rapidamente do que a NATO esperava, disse o secretário-geral do bloco militar, Jens Stoltenberg, no início deste mês. Numa entrevista à Sky News, o chefe da NATO afirmou que os membros do bloco “gastaram mais tempo do que deveriam (ter)” em aumentar sua produção.

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