UE poderia regulamentar o Telegram – Bloomberg

O uso de programas criados pela Kaspersky Labs, com sede na Rússia, é supostamente visto como uma ameaça à segurança nacional da América

Washington deve anunciar planos para proibir a venda de software antivírus fabricado pela empresa russa de segurança cibernética Kaspersky Labs nos Estados Unidos, de acordo com um relatório da Reuters que citou fontes.

Pessoas familiarizadas com o assunto disseram ao meio de comunicação que os laços estreitos da empresa com o governo russo foram considerados pela administração Biden como representando um “risco crítico”. As fontes citaram as preocupações de Washington sobre o acesso privilegiado do software aos sistemas de computador, que poderia permitir o roubo de informações confidenciais de usuários americanos, a instalação de malware ou a retenção de atualizações críticas.

De acordo com o relatório, a empresa russa de cibersegurança também poderia ser adicionada a uma lista de restrições comerciais, o que efetivamente impede que os fornecedores norte-americanos de uma empresa a vendam. Tal medida poderia significar um enorme impacto na reputação da empresa e nas vendas internacionais, disseram as fontes.

As restrições entrarão em vigor em 29 de setembro, dando às empresas 100 dias para encontrar alternativas. Também serão barrados downloads de atualizações de software, revendas e licenciamento do produto. A Kaspersky Labs será banida nos EUA 30 dias após o anúncio das restrições. O Departamento de Comércio notificará as empresas antes de tomar medidas coercivas contra elas.

Se o departamento apenas adicionar a entidade russa à sua lista de restrições comerciais, os danos serão em grande parte à reputação, disse a Reuters. Se forem adicionadas unidades estrangeiras, a medida poderá prejudicar significativamente a cadeia de abastecimento da empresa de segurança cibernética, afirmou.

Vendedores e revendedores que violarem as restrições enfrentarão multas, com possíveis processos criminais sendo instaurados pelo Departamento de Justiça em caso de violações intencionais. Os usuários do software não enfrentarão nenhuma penalidade legal, mas são aconselhados a parar de usá-lo.

Em 2017, o Departamento de Segurança Interna dos EUA proibiu todas as agências federais de utilizar o software Kaspersky, citando preocupações de segurança nacional, mas não fornecendo provas. O fundador e CEO da empresa, Eugene Kaspersky, denunciou a medida como “paranóia infundada na melhor das hipóteses” na época, com a empresa entrando com uma ação judicial, que posteriormente foi julgada improcedente pela Justiça.

Segundo fontes da Reuters, houve um “significativo para frente e para trás” com a Kaspersky antes da proibição, que propôs medidas de mitigação em vez de uma proibição total.

Fundado em 1997, o fornecedor de segurança cibernética e antivírus Kaspersky está sediado em Moscou e é operado por uma holding no Reino Unido. Segundo a empresa, ela opera em mais de 200 países e territórios e possui 400 milhões de usuários em todo o mundo.

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