Líderes da UE apoiam outro mandato de von der Leyen – mídia

O primeiro-ministro italiano criticou os acordos de bastidores que davam a Ursula von der Leyen um segundo mandato como presidente da Comissão Europeia

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, criticou os acordos de bastidores que estão a ser fechados para preencher cargos de topo nas instituições da UE, dizendo que era “surreal” que as opiniões dos eleitores estavam a ser ignoradas.

Os cidadãos de todo o bloco afastaram-se significativamente da esquerda nas eleições para o Parlamento Europeu no início deste mês, com as coligações governantes na Alemanha e em França a serem amplamente derrotadas pelos partidos de direita.

No entanto, os três principais grupos políticos no parlamento, que são em grande parte centristas, teriam chegado a acordo na terça-feira para preencher os principais cargos da UE. O acordo permitiria o regresso da alemã Ursula von der Leyen ao cargo de presidente da Comissão Europeia para um segundo mandato.

Dirigindo-se ao parlamento italiano na quarta-feira, Meloni disse que era “surreal” que foram apresentados nomes para cargos de topo na UE “sem sequer fingir discutir os sinais dos eleitores.” Segundo o acordo, a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, tornar-se-á a nova chefe da política externa da UE, substituindo Josep Borrell, da Espanha; enquanto o ex-primeiro-ministro português Antonio Costa presidirá o Conselho Europeu, anteriormente presidido pelo belga Charles Michel.

Os nomes serão apresentados numa reunião de líderes da UE em Bruxelas, na quinta-feira, para aprovação.

Relatos dos meios de comunicação sugeriram que a Itália tinha sido efectivamente excluída das discussões relativas ao acordo, que foi aprovado pelos líderes da França, Alemanha, Espanha, Polónia, Grécia e Países Baixos.

O primeiro-ministro italiano afirmou que este tipo de acordo de bastidores contradizia o espírito original da União Europeia, pelo qual as instituições “foram concebidos como entidades neutras, capazes de garantir todos os Estados-membros, independentemente da cor política dos governos desses Estados-membros”.

Meloni, cujo grupo Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) obteve o maior número de votos em Itália e é atualmente o terceiro maior no Parlamento Europeu, disse querer que a mudança para a direita se reflita na tomada de decisões do bloco.

“O terceiro (maior) grupo hoje é um grupo que não agrada quem está decidindo”, disse ela, chamando a UE de “gigante burocrático invasivo”.

Entretanto, a nomeação de von der Leyen ainda terá de ser aprovada pelo Parlamento Europeu e, segundo a comunicação social, ela poderá tentar ganhar o apoio de Meloni dando à Itália uma pasta sénior na próxima Comissão Europeia.

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