Chefe da agência de cinema francesa pega 3 anos de prisão por agressão sexual ao afilhado

Dominique Boutonnat nega qualquer agressão sexual. (Arquivo)

Paris:

O chefe da principal instituição cinematográfica de França, Dominique Boutonnat, foi condenado na sexta-feira a uma pena de três anos de prisão, incluindo dois anos de suspensão, depois de ter sido condenado por agredir sexualmente o seu afilhado em 2020.

Num comunicado divulgado imediatamente após a decisão, Boutonnat anunciou que estava deixando o cargo de chefe do Centro Nacional de Cinema (CNC), cuja função inclui supervisionar medidas para conter a violência sexual na indústria.

Ele poderá cumprir a pena de um ano de prisão em casa usando uma pulseira eletrônica, disse o tribunal criminal de Nanterre, nos arredores de Paris. Boutonnat, 54 anos, também foi proibido de ter qualquer contato com a vítima durante três anos.

No seu veredicto, o tribunal decidiu que “a versão do demandante era mais credível” do que a de Boutonnat que, segundo o tribunal, sempre exerceu “uma influência real” sobre o seu afilhado.

No comunicado divulgado pelo CNC, Boutonnat “reafirmou a sua inocência” e disse que iria recorrer.

O afilhado de Boutonnat o acusou de tentar masturbá-lo durante férias na Grécia em 2020, quando ele tinha 19 anos.

No tribunal, o jovem descreveu Boutonnat como “mais que um padrinho”.

“É alguém me usando para me masturbar”, disse ele.

Boutonnat nega qualquer agressão sexual. Ele disse no tribunal que foi seu afilhado quem iniciou a situação e o beijou na boca.

“Sinto-me mal por sair de uma situação ambígua, mas dizer que houve uma agressão sexual é falso”, disse ele ao tribunal.

Foi colocado sob investigação em Fevereiro de 2021, mas mesmo assim foi reconduzido pelo governo como chefe do CNC em Julho de 2022.

“Este caso é uma demonstração perfeita do que é agressão sexual”, disse Caroline Toby, advogada da vítima, acrescentando que “o abuso de autoridade” foi reconhecido em tribunal.

Em 14 de junho, o Ministério Público solicitou uma pena de prisão suspensa de três anos para Boutonnat.

O julgamento ocorreu no momento em que o cinema francês se recupera de um novo acerto de contas #MeToo, que viu vários grandes nomes, incluindo a lenda da atuação Gerard Depardieu, acusado de abuso sexual.

Os ativistas denunciaram a liderança de Boutonnat no Centro Nacional de Cinema (CNC).

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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