Líderes da UE nomeiam Von Der Leyen para chefiar a Comissão para o segundo mandato

A nomeação de Von der Leyen ainda precisa da aprovação do Parlamento Europeu em votação secreta.

Bruxelas:

Os líderes da União Europeia concordaram na sexta-feira em nomear Ursula von der Leyen, da Alemanha, para um segundo mandato de cinco anos como presidente da Comissão Europeia, o poderoso órgão executivo da UE.

Numa cimeira em Bruxelas, os 27 líderes nacionais do bloco também escolheram o antigo primeiro-ministro português, António Costa, como futuro presidente das reuniões do Conselho Europeu e escolheram o primeiro-ministro da Estónia, Kaja Kallas, como o próximo chefe da política externa da UE.

O pacote de liderança representa a continuidade do bloco de 27 membros, com facções centristas pró-UE a manterem-se em cargos de topo, apesar do aumento da extrema-direita nas eleições para o Parlamento Europeu no início deste mês.

O acordo foi anunciado pelo atual presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, nas redes sociais.

O trio obteve amplo apoio dos líderes, mas diplomatas disseram que a primeira-ministra italiana de direita, Giorgia Meloni, se absteve na votação de von der Leyen e votou contra Costa e Kallas.

A nomeação de Von der Leyen ainda precisa da aprovação do Parlamento Europeu numa votação secreta – amplamente vista como uma proposta mais complicada do que o seu endosso pelos líderes da UE.

Na cimeira, a UE também assinou um acordo de segurança com a Ucrânia, debateu como reforçar as defesas da UE contra a Rússia e acordou as prioridades estratégicas do bloco para os próximos cinco anos.

O acordo de segurança sublinha o apoio da UE a Kiev, que luta contra a invasão de Moscovo pelo terceiro ano, apesar dos ganhos da extrema-direita nas eleições europeias, da incerteza criada pelas eleições antecipadas francesas e da votação presidencial dos EUA em Novembro.

O acordo estabelece os compromissos da UE para ajudar a Ucrânia em nove áreas da política de segurança – incluindo entrega de armas, treino militar, cooperação na indústria de defesa e desminagem.

“Estes compromissos ajudarão a Ucrânia a defender-se, a resistir à desestabilização e a dissuadir futuros actos de agressão – prova mais concreta da determinação inabalável da UE em apoiar a Ucrânia a longo prazo”, disse Michel.

Os líderes reiterarão o seu compromisso de apoiar a Ucrânia enquanto for necessário, sublinhando que “a Rússia não deve prevalecer” e que a Ucrânia deve recuperar as terras anexadas por Moscovo.

DEBATE DE DEFESA

A guerra na Ucrânia revelou a falta de preparação da UE para um conflito, enquanto o bloco luta para fornecer a Kiev armas suficientes contra a Rússia, o que levou a apelos a uma maior coordenação da UE nos sistemas de defesa e ao investimento nas indústrias de defesa.

Diplomatas disseram que von der Leyen disse na cimeira que, entre 1999 e 2021, a UE aumentou os gastos com defesa em 20%, a China em 600% e a Rússia em 300%, mesmo antes do aumento maciço de Moscovo nos gastos militares após a invasão da Ucrânia em 2022.

Segundo diplomatas, von der Leyen disse aos líderes que a UE precisava de investir 500 mil milhões de euros (535,30 mil milhões de dólares) na defesa durante os próximos 10 anos. As opções de financiamento variavam entre contribuições nacionais, fluxos de receitas dedicados – chamados de recursos próprios da UE – e empréstimos conjuntos, disse von der Leyen.

O investimento na defesa faz parte da “agenda estratégica” da UE que os líderes pretendem acordar antes do jantar de quinta-feira – um documento que informa às instituições da UE aquilo em que os governos europeus querem que se concentrem durante o seu mandato 2024-2029.

Para além da defesa, a agenda apela a uma UE mais competitiva para resistir à pressão económica da China e dos Estados Unidos e para preparar o bloco para o alargamento que incluiria a Ucrânia, a Moldávia e os Balcãs Ocidentais.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

Fuente