Mais de 37 mil pessoas foram mortas em Gaza desde que a guerra eclodiu no ano passado, em Outubro.
Genebra:
Cerca de nove em cada 10 pessoas na Faixa de Gaza foram deslocadas pelo menos uma vez desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, informou a agência humanitária da ONU na quarta-feira.
Andrea De Domenico, chefe da agência OCHA das Nações Unidas nos territórios palestinos, disse que cerca de 1,9 milhão de pessoas estão deslocadas em Gaza.
“Estimamos que nove em cada 10 pessoas na Faixa de Gaza foram deslocadas internamente pelo menos uma vez, se não até 10 vezes, infelizmente, desde Outubro”, disse ele aos jornalistas em Nova Iorque e Genebra, falando de Jerusalém.
“Antes estimávamos 1,7 (milhão), mas desde esse número, tivemos a operação em Rafah e tivemos deslocamentos adicionais de Rafah”, disse ele, explicando o aumento.
“Depois tivemos também operações no norte que também movimentaram pessoas”, acrescentou.
Ele disse que tais operações militares forçaram as pessoas a redefinir suas vidas repetidas vezes.
“Por trás desses números, há pessoas… que têm medos e queixas. E provavelmente tinham sonhos e esperanças; cada vez menos, temo hoje, infelizmente”, disse De Domenico.
“Pessoas que nos últimos nove meses foram movimentadas como peões num jogo de tabuleiro.”
Ele disse que a Faixa de Gaza foi dividida em duas pelas operações militares de Israel, com o OCHA estimando que havia entre 300 mil e 350 mil pessoas vivendo no norte do território sitiado que não podiam ir para o sul.
Entretanto, acrescentou que desde o início da guerra, cerca de 110 mil pessoas conseguiram deixar a Faixa de Gaza antes do encerramento da passagem de Rafah para o Egipto, no início de Maio.
De Domenico disse que alguns permaneceram no Egito, enquanto outros seguiram em frente.
A guerra mais sangrenta de sempre em Gaza eclodiu depois do ataque do Hamas, em 7 de Outubro, ao sul de Israel, que resultou na morte de 1.195 pessoas, a maioria civis, segundo um cálculo da AFP baseado em números israelitas.
Os militantes também capturaram 251 reféns, 116 dos quais permanecem em Gaza, incluindo 42 que o exército afirma estarem mortos.
A ofensiva retaliatória de Israel desde então matou pelo menos 37.953 pessoas, também a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde no território controlado pelo Hamas.
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