O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, apertam as mãos após uma coletiva de imprensa conjunta, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, em Kiev, Ucrânia, em 2 de julho de 2024.

Nacionalista de direita viaja sem mandato oficial do bloco europeu, causando indignação.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, encontra-se com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscovo, sem mandato da União Europeia.

“A missão #peace continua. Segunda parada: #Moscou”, postou Orban no X na sexta-feira, sua viagem à capital russa ocorrendo dias depois de um primeira parada em Kyiv para conversações com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy.

A Hungria assumiu a presidência rotativa da UE este mês, com Orbán dizendo que quer usá-la para defender o fim dos combates na Ucrânia, que a Rússia invadiu em 2022.

Mas o chefe dos Negócios Estrangeiros da UE, Josep Borrell, disse que Orban não recebeu qualquer mandato para visitar Moscovo, relegando a visita ao “quadro das… relações bilaterais entre a Hungria e a Rússia”.

O líder húngaro “não representa, portanto, a UE de forma alguma”, disse Borrell num comunicado.

Orban, que é visto como o líder europeu mais próximo de Putin, tem bloqueado e atrasado regularmente os esforços do bloco de 27 membros na ajuda financeira e militar à Ucrânia e na imposição de sanções à Rússia.

A Hungria também irritou a Ucrânia ao criticar a UE abre negociações formais de adesão com Kiev, embora tenha acabado por se abster em vez de vetar a medida.

Borrell disse ainda que Putin “foi indiciado pelo Tribunal Penal Internacional e um mandado de prisão emitido pelo seu papel em relação à deportação forçada de crianças da Ucrânia para a Rússia”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou na sexta-feira que “o apaziguamento não irá parar” Putin. “Só a unidade e a determinação abrirão o caminho para uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia”, disse ela no X.

Em Kiev, na terça-feira, Orban instou Zelenskyy a trabalhar em prol de um cessar-fogo “por tempo limitado” com a Rússia para acelerar as negociações de paz.

Em vez disso, o líder ucraniano apelou a Orban para apoiar os passos de Kiev para trabalhar pela paz em conjunto com parceiros internacionais.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, apertam as mãos após uma coletiva de imprensa conjunta em Kiev, Ucrânia, em 2 de julho de 2024 (Valentyn Ogirenko/Reuters)

Nenhum envio

Embora a Hungria possa ocupar a presidência da UE durante seis meses, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, destacou na quinta-feira que “não tinha mandato para interagir com a Rússia em nome da UE”.

“O Conselho Europeu é claro: a Rússia é o agressor, a Ucrânia é a vítima. Nenhuma discussão sobre a Ucrânia pode ocorrer sem a Ucrânia”, postou ele no X.

A UE opôs-se firmemente à guerra da Rússia contra a Ucrânia, impondo 14 rondas de sanções sem precedentes sobre a Rússia por causa da invasão, que Orbán procurou repetidamente atenuar.

Orban insistiu na sexta-feira que a paz não pode ser alcançada sem diálogo.

“Se ficarmos apenas sentados em Bruxelas, não conseguiremos chegar mais perto da paz. É preciso tomar medidas”, disse Orbán à rádio estatal húngara quando questionado sobre a sua visita de terça-feira à Ucrânia.

A sua visita a Moscovo seria a primeira de um líder da UE desde o chanceler austríaco Karl Nehammer, em Abril de 2022. Orban e Putin encontraram-se pela última vez em Outubro de 2023, em Pequim, onde discutiram a cooperação energética.



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