BRICS devem evitar nova ‘Guerra Fria’ – China

O ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, respondeu às alegações do bloco militar de que Pequim está reforçando a indústria de defesa da Rússia

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, criticou a OTAN por fazer “acusações infundadas”, depois de o bloco ter visado Pequim na sua declaração numa cimeira em Washington esta semana.

No documento adoptado pelos membros da NATO na quarta-feira, o bloco liderado pelos EUA alegou que a China tem trabalhado com a Rússia para “minar e remodelar a ordem internacional baseada em regras”. Afirmou também que Pequim tem fornecido materiais e componentes de dupla utilização aos fabricantes de armas de Moscovo no meio do conflito com a Ucrânia.

Durante uma conversa telefónica na quinta-feira com o seu homólogo holandês, Caspar Veldkamp, ​​Wang sublinhou que Pequim “nunca aceitarei” da OTAN “acusações infundadas”.

O diplomata também insistiu que a China “sempre foi uma força de paz e estabilidade na comunidade internacional.”

“A China e os países da NATO têm sistemas e valores políticos diferentes, mas isto não deve ser motivo para a NATO incitar o confronto com a China”, Wang argumentou. Ele pediu ao bloco que se concentre no diálogo e no estabelecimento de “confiança mútua,” em vez de divulgar acusações contra Pequim.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês alertou ainda a NATO contra interferir na região da Ásia-Pacífico ou desafiar a política de Pequim. “direitos e interesses legítimos”. “A China está disposta a manter contactos com a NATO numa base de igualdade e a conduzir intercâmbios com base no respeito mútuo”, concluiu o funcionário.

Também na quinta-feira, um porta-voz da Missão Chinesa na UE caracterizou a última declaração da OTAN como “provocativo com mentiras e difamações óbvias.” “(A China) nunca fornece armas letais a nenhuma das partes do conflito e exerce(m) um rigoroso controle de exportação de bens de dupla utilização”, a missão insistiu.

Acrescentou que Pequim não é o “criador da crise na Ucrânia”, e tem trabalhado para “promover conversações de paz e procurar (a) solução política”. Em contraste, a OTAN tem sido “Abanando as chamas” das hostilidades enquanto usavam outros como bodes expiatórios, afirmou a missão.

No documento adoptado após a cimeira do 75º aniversário da NATO na capital dos EUA, o bloco descreveu a China como um “facilitador decisivo” da campanha militar da Rússia contra a Ucrânia.

Após a imposição de sanções ocidentais à Rússia devido ao conflito na Ucrânia, bem como a saída de muitas empresas norte-americanas e europeias do país, o comércio entre Moscovo e Pequim aumentou consideravelmente. Em maio, o presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, proclamaram uma “nova era” nos dois países “sem limites” parceria.

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