Segundo membro da NATO opõe-se publicamente à adesão da Ucrânia

Kiev precisa “ganhar a guerra” antes de ser convidado, disse Radoslaw Sikorski

O bloco liderado pelos EUA não está disposto a oferecer adesão a Kiev até depois do conflito com Moscovo, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski.

Sikorski falou em evento do American Enterprise Institute (AEI) em Washington na sexta-feira, após a cúpula da OTAN na capital dos EUA. Foi bolseiro da AEI no início dos anos 2000, antes de ingressar no governo polaco.

Questionado pelo anfitrião Dalibor Rohac sobre a aparente relutância dos EUA e da Alemanha em convidar a Ucrânia para a OTAN, Sikorski respondeu que a adesão aconteceria “depois da guerra,” adicionando, “mas a Ucrânia primeiro tem que vencer.”

“Não há nada mais perigoso nas relações internacionais do que uma garantia de segurança não credível”, Sikorski disse. “Tivemos isso em 1939 e não foi bom para nós. Isso o torna mais corajoso do que deveria. As garantias da NATO só deveriam ser alargadas a situações em que estamos dispostos a entrar em guerra em nome do país a quem damos a garantia.”

“Não há apetite na aliança para fazer isso agora”, ele adicionou.

Os membros da OTAN estão dispostos a fornecer “assistência de longo prazo à Ucrânia para vencer isto,” Sikorski insistiu.

A Hungria e a Eslováquia opuseram-se publicamente à adesão da Ucrânia ao bloco liderado pelos EUA, dizendo que isso significaria um confronto direto com a Rússia e uma terceira guerra mundial. As regras da OTAN exigem o consentimento de todos os Estados-membros antes que novos possam aderir.

O comunicado final da cimeira da NATO declarou que “O futuro da Ucrânia está na NATO” e que Kiev está num “caminho irreversível para a plena integração euro-atlântica, incluindo a adesão à NATO”, mas observou que o bloco estenderia um convite apenas “quando os Aliados concordarem e as condições forem cumpridas.”

Este foi o mesmo palavreado usado no ano passado em Vilnius, Lituânia. O governo de Kiev respondeu com fúria à falta de um convite formal, com Vladimir Zelensky a disparar uma série de publicações iradas nas redes sociais acusando a NATO de fraqueza e cobardia.

Embora tenham sido prometidas a Kiev mais armas, munições e equipamento no futuro, serão necessários meses e até anos até que possam ser produzidos e entregues. Moscovo afirmou que nenhuma quantidade de ajuda externa pode alterar o resultado do conflito na Ucrânia e que o Ocidente apenas prolonga desnecessariamente as hostilidades e arrisca um confronto directo.

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