Na última gafe, Biden chama Kamala Harris de 'vice-presidente Trump'

Washington:

O presidente dos EUA, Joe Biden, insistiu desafiadoramente na quinta-feira que concorrerá a outro mandato e vencerá, enquanto uma série de gafes verbais durante a liderança de uma grande cúpula lançou novos holofotes sobre sua condição física.

O presidente de 81 anos procurou mostrar-se no comando ao liderar a cúpula da OTAN em Washington, duas semanas depois de um desempenho desastroso no debate ter aumentado o temor entre os democratas de que ele pudesse perder para Donald Trump.

Mas Biden apresentou erroneamente o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, como seu inimigo russo, Vladimir Putin, antes de se corrigir rapidamente.

Posteriormente, em uma coletiva de imprensa noturna de alto risco, Biden se referiu erroneamente ao “vice-presidente” Trump.

Mas ele prometeu permanecer na corrida.

“Acho que sou a pessoa mais qualificada para concorrer à presidência. Venci-o uma vez e irei vencê-lo novamente”, disse Biden sobre Trump.

Biden, já a pessoa mais velha a ser eleita pela primeira vez para a Casa Branca, disse que “não estava nisto pelo meu legado”, mas para “completar o trabalho que comecei”.

Biden tem enfrentado uma batida constante de democratas pedindo que ele abandone sua candidatura de 2024, temendo que Trump esteja em posição de vencê-lo.

Biden deixou claro que apoia Harris – que como vice-presidente o substituiria, mas também é visto por um número crescente de democratas como um candidato mais forte no topo da chapa.

Biden disse que não teria escolhido Kamala Harris, a quem acidentalmente se referiu como Trump, se “ela não estivesse qualificada para ser presidente”.

Ele também negou relatos de que precisava ir para a cama às 20h, horário em que ainda dava entrevista coletiva na quinta-feira.

“Em vez de começar todos os dias às 7h e ir para a cama à meia-noite, seria mais inteligente acelerar um pouco mais o ritmo”, disse Biden.

‘Deslizamentos de língua acontecem’

O erro de Biden no nome de Zelensky provocou suspiros na sala, mas Zelensky, o líder da Ucrânia durante a guerra contra a invasão da Rússia em 2022, riu disso.

Outros líderes presentes na cimeira responderam a perguntas sobre Biden e as suas respostas foram em grande parte favoráveis.

“Deslizes de língua acontecem, e se você ficar de olho em todos, você encontrará o suficiente”, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, após a última gafe do presidente.

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que Biden parecia “no comando”, enquanto o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que “estava em boa forma”.

Mas os principais apoiantes americanos afastaram-se das sutilezas diplomáticas.

O ator de Hollywood e bem relacionado apoiador democrata George Clooney pediu a Biden que abandonasse a disputa, e a grande estrela do partido, Nancy Pelosi, não chegou a apoiá-lo totalmente.

Cerca de 14 membros democratas da Câmara dos Representantes instaram abertamente o homem que derrotou Trump há quatro anos a desistir, juntamente com um senador democrata.

Uma pesquisa divulgada na quinta-feira mostrou que mais da metade dos democratas dizem que Biden deveria encerrar sua candidatura a um segundo mandato, e dois terços dos americanos acreditam que ele deveria desistir da disputa.

Mas o ex-presidente e o atual presidente permanecem empatados com 46 por cento, de acordo com a pesquisa Washington Post-ABC News-Ipsos.

A campanha de Biden, no entanto, estava testando discretamente a força de Harris em um possível confronto contra Trump, informou o The New York Times.

Enquanto isso, alguns dos assessores de longa data do presidente estão discutindo como convencê-lo de que ele deveria se afastar, disse também o jornal, citando fontes anônimas.

A Casa Branca disse que o relatório era “inequivocamente” falso.

O outrora falante Biden deu menos entrevistas coletivas do que seus antecessores, mas falou de forma incomum na quinta-feira, no que seus assessores chamaram de um evento de imprensa “garotão”.

Biden classificou o colapso do debate como uma “noite ruim”, culpando o frio e o jet lag.

Mas Clooney tentou torpedear a narrativa de que se tratava de algo único, dizendo que era “devastador” admitir, mas os sinais também ficaram claros em um evento de arrecadação de fundos em Los Angeles, em 15 de junho, que ele organizou.

A campanha de Biden reagiu na quinta-feira com uma nova campanha publicitária no último dia da cimeira da NATO, retratando Trump como um “cachorro de colo” de Putin.

Os aliados da NATO também têm procurado garantias sobre as capacidades de liderança de Biden e sobre os seus receios de que o regresso do isolacionista e elogiador de Putin, Trump, possa significar problemas para a aliança.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

Fuente