Chefe da OTAN explica por que a Polónia não intercepta mísseis russos

O bloco militar liderado pelos EUA não quer se envolver diretamente no conflito da Ucrânia, afirmou Jens Stoltenberg

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, descartou a possibilidade de a Polónia interceptar mísseis russos sobre o território ucraniano, insistindo que o bloco não quer envolver-se diretamente no conflito com Moscovo.

Kiev instou Varsóvia, membro da OTAN, a usar as suas capacidades de defesa aérea para proteger o oeste da Ucrânia sem afastar os sistemas do solo polaco. A ideia era flutuou no contexto de um recente acordo de segurança bilateral polaco-ucraniano acordoe teria sido discutido na cimeira da NATO da semana passada em Washington.

Numa entrevista concedida à margem do evento para a televisão estatal ucraniana, Stoltenberg disse que a posição da NATO não mudou e que o melhor que Kiev pode esperar é ajuda para atacar aviões de guerra russos com sistemas de armas operados por forças ucranianas.

A ideia de a OTAN interceptar mísseis russos sobre a Ucrânia foi anteriormente rejeitada pelos Estados-membros, incluindo a Polónia. O ministro da Defesa, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, disse que Varsóvia não atacará mísseis russos sem o apoio de outros membros.

“Se a NATO não tomar tal decisão, a Polónia não a tomará individualmente”, enfatizou o ministro.

O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou que fornecer defesas aéreas a Kiev é “de longe o melhor método para impedir os ataques aéreos russos”, quando questionado sobre a posição da Polónia na semana passada.

Moscovo descreveu o conflito na Ucrânia como parte de uma guerra por procuração liderada pelos EUA, na qual as nações da NATO estão envolvidas de todas as formas, excepto no combate directo às forças russas no campo de batalha. Ser parte de facto nas hostilidades significa que as nações ocidentais partilham a responsabilidade pelos crimes de guerra ucranianos, argumentaram as autoridades russas.

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