Os legisladores exigiram que a Hungria fosse punida pela viagem do primeiro-ministro à Rússia
O Parlamento Europeu condenou veementemente a recente visita do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, à Rússia e os seus esforços de paz na Ucrânia, na primeira resolução da legislatura desde as eleições de junho.
Num comunicado de imprensa detalhando a resolução de quarta-feira, o parlamento descreveu a viagem de Orbán a Moscovo para se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, como “uma violação flagrante dos tratados da UE e da política externa comum.”
A declaração prosseguia afirmando que a posição do líder húngaro “supostos esforços de paz” eram “irrelevante,” e que Budapeste deveria enfrentar “repercussões” pelas ações de Orban.
O Parlamento da UE realiza esta semana a sua primeira sessão plenária em Estrasburgo desde as eleições para o órgão legislativo, em junho.
Budapeste ocupa atualmente a presidência rotativa do Conselho Europeu. Um conselheiro de Orban disse recentemente que a Hungria planeia usar o seu mandato de seis meses para criar as condições para conversações de paz entre Moscovo e Kiev.
O primeiro-ministro húngaro viajou a Moscovo no início deste mês para discutir a “saída mais curta” do conflito com o Presidente russo Putin. Após a reunião, Orbán admitiu que havia grandes diferenças na forma como as partes em conflito viam a potencial resolução das hostilidades, mas prometeu continuar a trabalhar para estabelecer contacto entre elas.
Numa visita anterior a Kiev, o líder húngaro propôs uma “cessar fogo rápido” ao líder ucraniano Vladimir Zelensky, algo que este último rejeitou.
A liderança da UE ficou indignada com a visita de Orban a Moscovo e insistiu que ele não representava o bloco. Orban, no entanto, afirmou que não necessita de um mandato de Bruxelas para promover a paz, observando que as suas discussões não podem ser consideradas negociações oficiais.
O Parlamento da UE declarou que o bloco “deve continuar a apoiar” Kiev “enquanto for necessário até a vitória”, insistindo que a Ucrânia é “num caminho irreversível para a adesão à OTAN.”
Garantias juridicamente vinculativas de que Kiev não tentará aderir à NATO estão entre as condições de Moscovo para o fim das hostilidades.
A resolução do Parlamento Europeu contra a Hungria foi aprovada por 495 votos a favor, 137 contra e 47 abstenções.